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Lideranças do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu estiveram em Brasília, acompanhados de lideranças de Araraquara, Gavião Peixoto e São José dos Campos, participando de encontros com membros do Governo para defender a manutenção da Embraer como empresa nacional.
A norte-americana Boeing negocia a compra da Embraer e o negocio não é bem visto por setores da política, forças armadas e do sindicalismo, devido à posição estratégica no âmbito da tecnologia e defesa que a brasileira representa.
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Miguel Silva, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, explicou que entre os trabalhadores da empresa é grande a preocupação referente ao risco de fechamento de postos de trabalho nas cidades onde a Embraer tem fábricas e até mesmo de toda a produção ser transferida para os Estados Unidos, como defende atualmente o governo daquele País. “A Boeing quer 90% da empresa e isso pode representar o fechamento de nossa produção e pesquisa no Brasil”, alertou.
Ocorreram encontros em Brasília na Casa Civil, com o Ministro Eliseu Padilha, e com Ministério da Defesa, com os sindicalistas das três cidades onde a Embraer tem fábrica.
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“Defendemos a manutenção da Embraer como empresa sob controle brasileiro, desenvolvedora de tecnologia e espinha dorsal da defesa brasileira, considerando não só os aviões, como os sistemas de defesa que são usados pelos militares brasileiros. Isso tudo vai parar em mãos americanas e poderá prejudicar profundamente nosso país”, comentou Roque Fabiano, diretor do sindicato de Botucatu.
O Deputado Carlos Zaratini (PT) defendeu no parlamento brasileiro uma ampla discussão sobre a venda da Embraer, argumentando a importância dela na defesa nacional e, sobretudo, por ser a única companhia nacional que exporta tecnologia. “Isso precisa ficar em mãos brasileiras e precisamos usar a nossa golden share a favor disso”.
Em menos de 20 dias foi à segunda vez que os sindicalistas de Botucatu, Araraquara e São José dos Campos foram a Brasília para discutir a venda da Embraer. “Somos três sindicatos e temos apoio de três centrais sindicais, como a Força Sindical, Conlutas e CUT, e estamos ampliando a campanha para outras centrais sindicais e partidos políticos”, destacou Roque Fabiano.
Na quarta-feira, 18, os sindicalistas estiveram em São Paulo com lideranças do Solidariedade, explicando a dimensão do negócio e os riscos de fechamento dos postos de trabalho no Brasil. Em Botucatu está sendo organizado um encontro de lideranças das centrais sindicais e sindicatos de cidades onde tem unidade de Embraer, para esclarecimento da posição dos trabalhadores. “Já tivemos um encontro com o Presidente da Câmara, Izaias Colino, que nos disse também estar interessado em informações sobre a venda e a manutenção dos empregos na Cidade”, informou José Carlos Lourenção, durante uma entrevista na Rádio Clube, nesta semana.
Fonte: Jornal Leia Notícias Por Haroldo Amaral