20 de novembro, 2024

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Líder do grupo Wagner diz que desistiu de avanço em direção a Moscou, e mercenários recuam em Rostov

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O líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse neste sábado (24) que ordenou que seus combatentes, que vinham avançando sobre Moscou, voltassem para suas bases na Ucrânia para evitar um derramamento de sangue na capital russa.

O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, deixa a cidade de Rostov depois de acordo com o governo russo para conter rebelião, em 24 de junho de 2023. (Foto: Reprodução)

O anúncio de Prigozhin, feito através de uma mensagem de áudio, foi divulgado após o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko – aliado de Putin – afirmar que fez um acordo com Prigozhin para conter a ofensiva dos mercenários.

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O grupo Wagner não havia confirmado o acordo até a última atualização desta notícia, mas as tropas de mercenários já começaram a recuar em Rostov, cidade no sul da Rússia que haviam ocupado.

Já o Kremlin confirmou que houve o acordo.

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Tropas do grupo Wagner deixam a cidade de Rostov, que haviam ocupado, após acordo com o governo russo, em 24 de junho de 2023. (Foto: ReProdução)

Na noite de sexta-feira (23), o grupo Wagner, que luta na guerra da Ucrânia ao lado da Rússia, iniciou uma rebelião e atacou bases militares russas. Depois, deixou bases no leste da Ucrânia, cruzou a fronteira e tomou o controle de Rostov.

Há meses, Prigozhin vinha tendo desentendimentos com o Ministério da Defesa russo por conta da falta de armas e suprimentos de guerra para suas tropas.

Na mensagem divulgada neste sábado, o líder do grupo Wagner disse que vai recuar para “evitar um derramamento de sangue” em Moscou – segundo ele, suas tropas avançavam em direção à capital russa e estavam a uma distância de 200 km da entrada da cidade.

“Em 23 de junho, embarcamos em uma marcha por justiça. Em 24 horas, chegamos a 200 km de Moscou. Nesse tempo, não derramamos uma única gota de sangue de nossos combatentes. Agora chegou o momento em que sangue pode ser derramado. Compreendendo a responsabilidade de que o sangue russo seja derramado de um lado, estamos recuando nossos comboios e voltando aos campos de campanha conforme planejado.”

O Kremlin confirmou o recuo.

Segundo Belarus, que afirmou ter mediado as negociações, Prigozhin pede a demissão do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, com quem vinha tendo desentendimentos diretos nas últimas semanas.

Vladimir Putin e Yevgeny Prigozhin (Foto: Reprodução)

Zelensky

Diante do conflito interno russo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado que a rebelião do grupo Wagner, até então aliado de Putin, é a prova de que o Kremlin não tem mais controle de nada que acontece com suas tropas.

“Hoje o mundo pode ver que os líderes da Rússia não controlam nada. Simplesmente o caos completo”, disse Zelensky, que se dirigiu a Vladimir Putin em seu discurso: “Quanto mais suas tropas ficarem na Ucrânia, mais devastação isso vai levar para a Rússia”.

Como começou a rebelião

Nesta madrugada, o grupo de mercenários acusou o governo russo de atacar acampamentos da organização e prometeu retaliações. Por sua vez, Putin acusou o grupo de traição.

A segurança de Moscou chegou a ser reforçada após a movimentação nas ruas aumentar, e o prefeito da capital russa, Sergei Sobyanin, declarou que estão sendo tomadas medidas antiterroristas.

Em um vídeo divulgado neste sábado, Prigozhin disse que todos as sedes militares da Rússia em Rostov-on-Don estavam sob controle do Grupo Wagner.

A Reuters informou ainda que o grupo também tomou o controle de todas as instalações militares em Voronezh, a 500 km ao sul de Moscou.

Fonte: Agências

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