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Após o Ministério Público entrar com uma ação judicial contra a Prefeitura de Sorocaba (SP), a Justiça determinou um prazo de dez dias para que o órgão se manifeste sobre a transferência do elefante Sandro para um santuário.
Na ação protocolada nesta quinta-feira (31), o promotor Jorge Marum detalha que, após a prefeitura anunciar que realizaria uma audiência pública para definir o destino do elefante Sandro, não restou outra postura da promotoria a não ser recorrer ao Poder Judiciário para garantir o bem-estar do animal.
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Ainda de acordo com o MP, é “intuitivo que zoológicos, de modo geral, não atendem às necessidades de animais selvagens de grande porte no que tange ao espaço a eles destinados”.
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Na decisão, o juiz Alexandre Dartanhan de Mello Guerra determinou que o diretor do Zoológico Municipal e o secretário do Meio Ambiente se manifestem em dez dias informando o aspecto técnico/veterinário da imediata ordem de transferência para o Santuário dos Elefantes do Brasil.
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Em nota, a Prefeitura de Sorocaba informou que não foi intimada da decisão até o momento.
Protesto
No dia 20 de março, a prefeitura montou uma comissão para decidir o destino do elefante Sandro e apresentar outra proposta ao Ministério Público. A decisão foi divulgada após manifestantes protestarem contra a transferência do animal, em frente ao Zoológico “Quinzinho de Barros”.
Segundo os organizadores do protesto, a manifestação foi pacífica e reuniu biólogos, veterinários, arquitetos, Associação de Vendedores e Comerciantes Ambulantes do Zoo, universitários e visitantes. Também estiveram presentes vereadores e representantes da Secretaria do Meio Ambiente.
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Os manifestantes pediram a permanência do elefante Sandro no zoo, que já é considerado idoso. Eles mencionaram a transferência do chimpanzé Black, que morreu dois anos após ser transferido ao Santuário de Primatas.
A Prefeitura de Sorocaba havia informado que acatou a recomendação do Ministério Público de transferência do elefante Sandro.
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Recomendação do MP
A recomendação do MP foi feita após a morte de Haisa, que foi companheira do animal por 20 anos. Sandro está sendo monitorado pela equipe do zoo desde a partida da elefanta, no dia 18 de novembro de 2020. O caso é acompanhado pelo promotor Jorge Alberto de Oliveira Marum.
De acordo com a prefeitura, a decisão da transferência era para buscar o melhor para o bem-estar do animal, em razão da necessidade de convívio com outros indivíduos da sua espécie.
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Morte de Haisa
O anúncio da morte da elefanta Haisa foi feito pela Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema) horas depois de uma ONG ter entrado na Justiça para pedir uma apuração da situação do animal, que sofria de artrose, em novembro de 2020. Além da ONG, o Ministério Público abriu um procedimento preparatório.
Segundo a Sema, um guarda civil municipal fazia patrulhamento no local quando presenciou o momento em que Haisa morreu perto do recinto.
Na madrugada seguinte, a elefanta foi retirada do zoo com a ajuda de um guindaste e transportada até o hospital veterinário de uma universidade particular de Sorocaba por um caminhão. Haisa foi enterrada um dia depois de sua morte em uma área do Parque Natural “Chico Mendes”.
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Antes da morte de Haisa, vídeos publicados nas redes sociais mostraram a situação do animal, que não conseguia caminhar ou se alimentar e tinha machucados pelo corpo.
Segundo a ação do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal na Vara da Fazenda Pública de Sorocaba, ela parecia apresentar infecção e necrose nas patas, não conseguindo se firmar em pé.
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De acordo com o promotor Marum, a averiguação do caso seria preliminar por parte do MP. Conforme a prefeitura, desde o mês de maio aquele ano, a elefanta apresentava dificuldade locomotora.
Uma avaliação clínica mostrou aumento de volume em membros torácicos e enrijecimento articular nos cotovelos do animal. Após exames, foi constatado um quadro de artrose, uma doença degenerativa que não tem cura.
Fonte: G1