26 de novembro, 2024

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Justiça dá 10 dias para que prefeitura de Sorocaba se manifeste sobre transferência do elefante Sandro

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Após o Ministério Público entrar com uma ação judicial contra a Prefeitura de Sorocaba (SP), a Justiça determinou um prazo de dez dias para que o órgão se manifeste sobre a transferência do elefante Sandro para um santuário.

Na ação protocolada nesta quinta-feira (31), o promotor Jorge Marum detalha que, após a prefeitura anunciar que realizaria uma audiência pública para definir o destino do elefante Sandro, não restou outra postura da promotoria a não ser recorrer ao Poder Judiciário para garantir o bem-estar do animal.

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Ainda de acordo com o MP, é “intuitivo que zoológicos, de modo geral, não atendem às necessidades de animais selvagens de grande porte no que tange ao espaço a eles destinados”.

Elefante Sandro no Parque Zoológico Municipal 'Quinzinho de Barros', em Sorocaba, em setembro de 2021 — Foto: Eduardo Ribeiro Jr./g1/Arquivo
Elefante Sandro no Parque Zoológico Municipal ‘Quinzinho de Barros’, em Sorocaba, em setembro de 2021 (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./g1)

Na decisão, o juiz Alexandre Dartanhan de Mello Guerra determinou que o diretor do Zoológico Municipal e o secretário do Meio Ambiente se manifestem em dez dias informando o aspecto técnico/veterinário da imediata ordem de transferência para o Santuário dos Elefantes do Brasil.

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Em nota, a Prefeitura de Sorocaba informou que não foi intimada da decisão até o momento.

Protesto

No dia 20 de março, a prefeitura montou uma comissão para decidir o destino do elefante Sandro e apresentar outra proposta ao Ministério Público. A decisão foi divulgada após manifestantes protestarem contra a transferência do animal, em frente ao Zoológico “Quinzinho de Barros”.

Segundo os organizadores do protesto, a manifestação foi pacífica e reuniu biólogos, veterinários, arquitetos, Associação de Vendedores e Comerciantes Ambulantes do Zoo, universitários e visitantes. Também estiveram presentes vereadores e representantes da Secretaria do Meio Ambiente.

Protesto contra a transferência do elefante Sandro foi realizado em frente ao Zoo de Sorocaba  — Foto: Volta Black/Arquivo pessoal
Protesto contra a transferência do elefante Sandro foi realizado em frente ao Zoo de Sorocaba (Foto: Volta Black/Arquivo pessoal)

Os manifestantes pediram a permanência do elefante Sandro no zoo, que já é considerado idoso. Eles mencionaram a transferência do chimpanzé Black, que morreu dois anos após ser transferido ao Santuário de Primatas.

A Prefeitura de Sorocaba havia informado que acatou a recomendação do Ministério Público de transferência do elefante Sandro.

Protesto foi realizado na manhã de domingo (20), em frente ao zoo de Sorocaba  — Foto: Volta Black/Arquivo pessoal
Protesto foi realizado na manhã de domingo (20), em frente ao zoo de Sorocaba (Foto: Volta Black/Arquivo pessoal)

Recomendação do MP

A recomendação do MP foi feita após a morte de Haisa, que foi companheira do animal por 20 anos. Sandro está sendo monitorado pela equipe do zoo desde a partida da elefanta, no dia 18 de novembro de 2020. O caso é acompanhado pelo promotor Jorge Alberto de Oliveira Marum.

De acordo com a prefeitura, a decisão da transferência era para buscar o melhor para o bem-estar do animal, em razão da necessidade de convívio com outros indivíduos da sua espécie.

Haisa e Sandro estavam juntos no zoo de Sorocaba (SP) desde 1995 — Foto: Reprodução/TV TEM
Haisa e Sandro estavam juntos no zoo de Sorocaba (SP) desde 1995 (Foto: Reprodução/TV TEM)

Morte de Haisa

O anúncio da morte da elefanta Haisa foi feito pela Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema) horas depois de uma ONG ter entrado na Justiça para pedir uma apuração da situação do animal, que sofria de artrose, em novembro de 2020. Além da ONG, o Ministério Público abriu um procedimento preparatório.

Segundo a Sema, um guarda civil municipal fazia patrulhamento no local quando presenciou o momento em que Haisa morreu perto do recinto.

Na madrugada seguinte, a elefanta foi retirada do zoo com a ajuda de um guindaste e transportada até o hospital veterinário de uma universidade particular de Sorocaba por um caminhão. Haisa foi enterrada um dia depois de sua morte em uma área do Parque Natural “Chico Mendes”.

Cova aberta em parque ecológico para enterrar elefanta em Sorocaba — Foto: Fernando Belon/TV TEM
Cova aberta em parque ecológico para enterrar elefanta em Sorocaba (Foto: Fernando Belon/TV TEM)

Antes da morte de Haisa, vídeos publicados nas redes sociais mostraram a situação do animal, que não conseguia caminhar ou se alimentar e tinha machucados pelo corpo.

Segundo a ação do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal na Vara da Fazenda Pública de Sorocaba, ela parecia apresentar infecção e necrose nas patas, não conseguindo se firmar em pé.

Funcionários do zoológico se reuniram em local onde elefanta foi enterrada em Sorocaba — Foto: Carlos Henrique Dias/g1
Funcionários do zoológico se reuniram em local onde elefanta foi enterrada em Sorocaba (Foto: Carlos Henrique Dias/g1)

De acordo com o promotor Marum, a averiguação do caso seria preliminar por parte do MP. Conforme a prefeitura, desde o mês de maio aquele ano, a elefanta apresentava dificuldade locomotora.

Uma avaliação clínica mostrou aumento de volume em membros torácicos e enrijecimento articular nos cotovelos do animal. Após exames, foi constatado um quadro de artrose, uma doença degenerativa que não tem cura.

Fonte: G1

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