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A justiça boliviana autorizou a transferência nesta sexta-feira (19) por motivos de saúde da ex-presidente Jeanine Áñez para uma clínica, com escolta policial. Ela se encontra em prisão preventiva acusada de participar de um golpe contra seu antecessor, Evo Morales.
Três juízes de La Paz, liderados por Gonzalo Montaño, resolveram em audiência pela “saída judicial” da ex-chefe de Estado a uma clínica “para efeito de sua correspondente avaliação médica por especialistas em cardiologia e exames laboratoriais para zelar por sua vida e saúde”.
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Também determinaram que sua transferência ocorra com “escolta e demais medidas de segurança”, a cargo da direção governamental de Regime Penitenciário.
A família espera que a transferência para uma clínica no mesmo bairro do presídio ocorra imediatamente.
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Os advogados de defesa da ex-presidente, a pedido de sua filha, Carolina Ribera Áñez, apresentaram mais cedo nesta sexta-feira à Justiça de La Paz um pedido por uma “ação de liberdade”, segundo o documento enviado à AFP, com o objetivo de transferir Áñez para uma clínica para ser tratada.
Carolina pediu entre soluços pela saúde da mãe, durante audiência celebrada de forma virtual devido à pandemia de Covid-19.
A ex-presidente acompanhou a audiência no presídio feminino de La Paz, ao sul da cidade, mediante um dispositivo telefônico.
“Estou com oxigênio”, disse. Depois, tentou intervir, mas suas palavras saíram entrecortadas e o juiz pediu que evitasse falar para não agravar seu estado de saúde.
Áñez deu entrada no presídio feminino da cidade de La Paz no domingo, depois de ter sido detida na véspera na cidade de Trinidad, capital do departamento amazônico de Beni (nordeste), em uma operação policial.
Horas antes, seus ex-ministros da Justiça e Energia também foram presos.
O nome de Áñez, que deixou o poder em novembro de 2020, aparece em uma denúncia por sedição, terrorismo e conspiração que a ex-deputada do Movimento ao Socialismo (MAS), Lidia Patty, fez em dezembro contra o líder cívico da rica região de Santa Cruz, o direitista Luis Fernando Camacho, eleito governador daquele departamento nas eleições locais recentes.
Há outros três ex-ministros com mandado de prisão, ex-chefes militares, ex-chefes de polícia e outros civis.
Morales renunciou em novembro de 2019, após 14 anos no poder, em meio a violentos protestos promovidos por opositores que denunciaram que o então presidente havia cometido fraude nas eleições do mês anterior, quando ansiava por um quarto mandato de cinco anos, até 2025.
Justiça, não vingança
O presidente boliviano, Luis Arce, afilhado político de Morales, negou as acusações opositoras de que a situação é movida por uma sede de vingança e ódio contra seus adversários políticos.
Durante uma reunião pública de mulheres camponesas, alinhadas ao governo, disse: “O ódio não nos move, a vingança não nos move, (…) O que nos move é o afã inquebrantável de justiça no país”.
O governo negou desde o fim de semana passado que esteja manipulando procuradores e juízes para apresentar a denúncia da ex-parlamentar Patty e insiste em que quer que os fatos ocorridos no fim de 2019 sejam esclarecidos.
E insiste em que a saída de Morales do governo fez parte de um complô da direita.
Fonte: Yahoo!