19 abril, 2024

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Igreja Presbiteriana de Botucatu: 135 anos da primeira igreja evangélica

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Durante sua consolidação como município e um dos principais centros urbanos do interior paulista no século XIX, Botucatu recebeu diversos povos que ajudaram em sua solidificação. Diversas colônias trouxeram relevantes contribuições sociais, culturais e econômica.

Algumas dessas colônias foram tão imprescindíveis para o desenvolvimento do município que suas ramificações são sentidas até os dias atuais. Segundo o livro Achegas para a História de Botucatu, de Hernâni Donato, a primeira colônia (além dos portugueses) foi originária das próprias Américas: mais precisamente dos Estados Unidos. Todo o contexto histórico daquele país, que vivia um dos piores conflitos no continente, a Guerra da Secessão, ou Civil Norte-Americana (1861-1865), que como resultado dizimou oficialmente 600 mil pessoas e destruiu parte da economia estadunidense.

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Como consequência, provocou a emigração de diversas famílias sulistas para outros países. Escravocratas, não aceitavam a derrota do Sul para o Norte e os rumos políticos do país, e iniciaram a imigração para outras regiões, principalmente para o interior paulista. Botucatu acabou se tornando o destino de várias famílias como a do major Robert Merriwether cuja emigração ao Brasil ocorreu em 1865. Também se destacaram as famílias Jones, Norris, Muller e Burton. 

A presença dos norte-americanos no município foi significativa já que muitos eram agricultores, introduzindo o arado de ferro, a melancia e o peru negro (que causou certa curiosidade dos botucatuenses). Tal colônia foi significativa nas áreas social (com a criação da Escola Americana religiosa sendo precursores da religião protestante.

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Foi por volta de 1870, , os reverendos George Chamberlain e Edward Lane começaram a realizar viagens evangelísticas na região. Ainda neste mesmo ano Domingos Soares de Barros organizou uma loja maçônica na Cidade e mandou vir do Rio de Janeiro um exemplar da Bíblia. Ficou fascinado com a publicação e prometeu que, quem o fizesse entender os ensinamentos do livro, construiria uma casa para os estudos. Esta promessa ficou de conhecimento do reverendo Chamberlain, em São Paulo e, durante uma viagem ao interior e passou a explicar o conteúdo a Soares de Barros. Três meses depois era construída a edificação na então Rua Cesário Alvim (atual João Passos) na esquina com a Rua Velho Cardoso (onde atualmente se localiza o Instituto Presbiteriano de Educação) que passa a ser o embrião desta congregação.

Primeira igreja protestante do município, concentra riqueza histórica, religiosa e social. O início desta congregação estava atrelada a Lençóis Paulista. Em 1885 o reverendo George Landes organizou a Igreja Presbiteriana de Botucatu, na “capela evangélica”, sendo que a primeira edificação como sua sede foi inaugurada em outubro de 1890, ainda na Rua Cesário Alvim. Era chamada de Casa de Oração, pois um artigo da Constituição imperial vetava denominar como igrejas as que não eram católicas, religião oficial do país então. As atividades religiosas permaneceram no local até 1922, quando foi iniciada a campanha para a construção do novo templo, sendo que a pedra fundamental foi lançada onze anos depois. 

Em 18 de abril de 1935 foi inaugurada a nova igreja, com acesso pela Rua Dr. Cardoso de Almeida. O templo tem sua arquitetura inspirada no movimento gótico inglês, apesar de não possuir torres. Recebeu, em alguns anos o apelido de “Igreja Preta” devido ao revestimento que dava a tonalidade na fachada externa. Este mesmo material foi usado também na Estação Ferroviária na Vila Jaú. 

Muito de suas características originais permanecem inalteradas como as cadeiras de acomodação dos fiéis. Um mezanino também é utilizado durante as celebrações. A capacidade atual do edifício é de aproximadamente 300 pessoas. 

A parte interna sofreu poucas alterações no decorrer dos anos, tendo apenas mudança em madeiramento e a instalação de dois púlpitos no lugar de apenas um, que constava no projeto original. No salão inferior, que serve para o encontro social dos fiéis, um palco e piso com revestimento português. A fachada ainda mantém parte de seu revestimento que a caracteriza como sendo a “Igreja Preta”. 

A Igreja Presbiteriana de Botucatu está desde 2013 sob a gestão do pastor Ricardo Cesar Toniolo, sendo que a congregação tem intensa vivência em várias áreas como a educacional, com a criação do Instituto Presbiteriano de Educação (IPE) cujo prédio é originário da década de 1980 e autorização por parte da Diretoria Regional de Ensino a partir de 1997. Hoje é responsável pela educação de mais de 500 crianças e jovens nos ensinos fundamental e médio. Na parte educacional, o Instituto Bíblico oferece cursos livres de teologia a comunidade. 

Outras atividades na área social é a Oficina Dorcas, que consiste em auxiliar mães e crianças de baixa renda. Na ação, mulheres da comunidade e voluntários que fazem roupas para recém-nascidos que são distribuídas para a maternidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e a Missão Caiuá, no Mato Grosso do Sul. Na área cultural, uma das marcas da Igreja é seu coral, composto por membros da comunidade e que se apresenta nos cultos e em eventos diversos, com cantatas na Páscoa e Natal. Os cultos ocorrem às quintas-feiras, a partir das 19h30 e aos domingos, às 19 horas. Também há a escola dominical e estudos bíblicos.

A comunidade presbiteriana de Botucatu celebra os 135 anos de fundação da congregação, em agosto, e os 85 anos de existência do atual templo. A Igreja Presbiteriana retrata a pluralidade do cristianismo e da religião no município. 

Serviço

Igreja Presbiteriana de Botucatu de Botucatu 

Rua Cardoso de Almeida, 493

Centro – Botucatu/SP – Fone: (14) 3815-8737

Por Flávio Fogueral – Notícias Botucatu

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