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Chanceleres do G7 apontaram nesta sexta-feira (6) o Irã como responsável pelo ataque a um petroleiro administrado pela empresa de um bilionário israelense, no qual duas pessoas morreram em 29 de julho, enquanto o exército americano divulgou detalhes do drone explosivo que foi usado e assegurou que tinha sido produzido naquele país.
Enquanto isso, o Conselho de Segurança da ONU acordou debater na segunda-feira o ataque ocorrido em frente à costa de Omã, à medida que aumenta a pressão sobre Teerã.
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“Todas as evidências disponíveis apontam claramente para o Irã”, disseram os ministros do G7 em um comunicado conjunto, denunciando um “ataque deliberado e dirigido” sem “qualquer justificativa”.
Em 29 de julho, o “MT Mercer Street”, petroleiro gerido por uma empresa de propriedade de um bilionário israelense, foi alvo de um ataque, que custou a vida de um segurança britânico e um tripulante romeno.
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O Irã negou categoricamente qualquer vínculo com o ataque, que ocorreu em um momento de aumento das tensões na região e no qual os diálogos para reativar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano estão estagnados.
Para Teerã, tratam-se de “acusações infundadas” e advertiu que a República Islâmica não hesitará em “se defender”.
Os ministros do G7 disseram que “as embarcações devem poder navegar livremente de acordo com o direito internacional”, e se comprometeram a “fazer tudo o possível para proteger toda a navegação, da qual depende a economia mundial”.
“O comportamento do Irã, bem como seu apoio às forças e atores armados não estatais, ameaça a paz e a segurança internacional”, disseram os sete ministros (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão) e o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.
Os Estados Unidos e membros europeus do Conselho de Segurança da ONU reiteraram as mesmas acusações durante uma reunião a portas fechadas em Nova York, disse a embaixadora britânica, Barbara Woodward, para repórteres.
“O Reino Unido informou o Conselho das provas que temos”, disse. “Essa evidência é irrefutável: o Reino Unido sabe que o Irã é o responsável pelo ataque”, acrescentou.
“A porta da diplomacia e do diálogo permanece aberta, mas se o Irã decidir não seguir esse caminho, nós o responsabilizaremos e faremos com que ele pague as consequências”, concluiu a embaixadora.
O Conselho de Segurança se reunirá na segunda-feira de manhã para discutir “segurança marítima” após o ataque.
Produzido no Irã
Enquanto isso, o Comando Central dos Estados Unidos (CentCom), que opera no Oriente Médio, divulgou os resultados de sua investigação inicial e disse que os restos da aeronave não tripulada indicavam que tinha sido fabricada no Irã.
O CentCom informou que no ataque foram lançados três drones de uso único, carregados com explosivos, mas os dois primeiros não conseguiram atingir o barco e caíram no mar.
Os investigadores recuperaram os restos de um deles.
O terceiro atingiu o barco, explodiu e deixou um buraco de dois metros no teto da ponte de comando.
O CentCom informou que a aeronave não tripulada tinha sido carregada com o explosivo RDX e que as peças recuperadas “eram quase idênticas a amostras coletadas anteriormente de drones iranianos de ataque” ou veículos aéreos não tripulados.
“Os especialistas americanos concluíram, com base nas provas, que este veículo aéreo não tripulado foi fabricado no Irã”, acrescentou.
O CentCom não informou de onde as aeronaves não tripuladas tinham sido lançadas, mas assegurou: “a distância da costa iraniana aos locais dos ataques estava dentro do alcance dos veículos aéreos não tripulados de ataque iranianos que foram documentados”.
O Mercer Street é um petroleiro operado pela Zodiac Maritime, controlada por Israel.
O Pentágono informou que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, falou nesta sexta com o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, sobre o incidente.
Ambos “expressaram sua preocupação com a proliferação e o uso pelo Irã de veículos aéreos não tripulados de ataque em toda a região e se comprometeram a continuar cooperando estreitamente na área da segurança regional”, informou o Pentágono em um comunicado.
Há anos, Israel e Irã estão em confronto direto ou indireto no Líbano, Síria, Iraque e Faixa de Gaza. Mas, nos últimos meses, a rivalidade mudou para o mar com uma série misteriosa de sabotagens e ataques.
Fonte: Yahoo!