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Fernando de Miranda Iggnácio, genro e herdeiro do contraventor Castor de Andrade, foi executado nesta terça-feira (10) no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O contraventor havia voltado de Angra dos Reis, na Costa Verde, de helicóptero. Quando caminhava para o carro, foi atingido por vários tiros na cabeça quando foi buscar o carro ao lado da empresa Heli-Rio, em uma emboscada.
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Ao longo da tarde, peritos analisaram o muro do estacionamento do heliporto – um ponto próximo a uma churrasqueira, onde o corpo de Iggnácio estava. Um terreno baldio também é colado ao heliporto.
A hipótese investigada é que um único atirador tenha fugido pelo terreno na Rua Serviente 6, quadra M, lote 3, paralela à Avenida das Américas, onde fica o heliporto. Uma escada foi achada no local.
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A polícia também tenta conseguir imagens de câmeras que tenham registrado a fuga dos assassinos. Os investigadores apuravam na tarde desta terça a hipótese de apenas um atirador ter assassinado o contraventor.
Disputa sangrenta
Fernando Iggnácio Miranda disputa desde 1997 pontos de jogos de bicho e de máquinas caça-níqueis na Zona Oeste do Rio com Rogério Andrade, sobrinho de Castor.
A disputa entre Fernando Iggnácio e Rogério Andrade começou após o assassinato de Paulo Andrade, o Paulinho, em 1998, filho de Castor e escolhido como herdeiro.
Meses depois, a polícia identificou como autor dos disparos o ex-PM Jadir Simeone Duarte. Em depoimento, Duarte acusou Rogério de ser o mandante do crime.
Com a morte de Paulo, seu cunhado, Fernando Iggnácio, assumiu seu lugar na disputa. De acordo com investigações da polícia, desde a metade da década de 1990, Fernando Iggnácio controlaria a Adult Fifty, empresa que explorava caça-níqueis em toda a Zona Oeste. Em 1998, Rogério de Andrade teria fundado a Oeste Rio.
Investigações da Polícia Federal mostram que a disputa entre os dois, entre 1999 e 2007, resultou em 50 mortes.
No mesmo ano, a polícia deu início a uma operação para apreender caça-níqueis no estado. Os inimigos entraram em guerra e passaram a atacar as máquinas uns dos outros. Dos ataques passaram a assassinatos.
O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001, mas a arma do atirador falhou.
Em abril de 2010, outro golpe. O filho de Rogério de Andrade, um jovem de 17 anos, morreu num atentado na Barra. Em vez do pai, era o rapaz que dirigia o carro quando uma bomba explodiu.
Em 2007, Fernando Iggnácio foi preso pela Polícia Civil do Rio. Meses depois, Rogério Andrade foi pego pela Polícia Federal.
Naquele mesmo ano, Rogério Andrade e Fernando Iggnácio foram alvos da operação Gladiador, da Polícia Federal, que investigou o esquema da dupla e a corrupção de policiais no RJ.
Fonte: G1