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O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri virou réu por supostamente ter espionado famílias dos 44 marinheiros mortos do submarino militar ARA San Juan em 2017, quando ocupava a presidência, informou o juiz encarregado da investigação nesta quarta-feira (1º).
Na acusação formal, o juiz Martín Bava disse que Macri responderá em liberdade, mas estará proibido de deixar a Argentina. É o primeiro processo formal contra o ex-presidente desde que ele deixou o cargo, em 2019, segundo o “Clarín”.
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“As práticas ilegais que se suspeitam nesta resolução nos remontam às épocas mais obscuras de nosso país”, disse o magistrado, referindo-se à Ditadura Militar argentina nas décadas de 1970 e 1980.
Macri é acusado de facilitar a espionagem para obter dados pessoais e informações sobre os familiares dos tripulantes do submarino. Inclusive, segundo o juiz, para verificar informações como opiniões políticas e participação em organizações sociais, sindicais e partidárias.
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“É uma perseguição política”, disse Macri sobre o processo, durante visita ao Chile nesta quarta.
Macri presidiu a Argentina entre 2016 e 2019, quando perdeu a eleição para o atual presidente, Alberto Fernández.
O naufrágio do submarino ARA San Juan
O ARA San Juan desapareceu em 15 de novembro de 2017, quando voltava do porto de Ushuaia, onde havia feito exercícios militares, para a base naval de Mar del Plata.
Horas antes, o comandante tinha feito o alerta de uma falha provocada pela entrada de água por um duto de ventilação que vazou no compartimento das baterias elétricas e produziu um princípio de incêndio.
Embora a Marinha argentina tenha garantido em várias ocasiões que essa falha foi “corrigida” e que o San Juan continuou navegando para Mar del Plata, o certo é que seu rastro foi perdido e nunca chegou ao porto dessa cidade, onde deveria ter atracado em 19 de novembro.
Só um ano depois do desaparecimento, o submarino foi encontrado em uma região de cânions (espécie de rios submarinos), a 907 metros de profundidade, e a 600 km da cidade de Comodoro Rivadavia, onde se tinha montado o centro de operações durante a busca.
Uma explosão submarina foi registrada no local três horas depois da última comunicação com o submarino, quando o capitão da embarcação reportou a superação de uma falha no sistema de baterias devido à entrada de água pelo snorkel.
Após especulações sobre a situação do submarino e sobre sua capacidade de renovar o oxigênio a bordo, essa tese da explosão passou a ser uma pista para a causa do acidente.
Ela explicaria a ausência da ativação da baliza de emergência e a interrupção completa das comunicações do submarino.
Alguns tripulantes comentaram que a embarcação tinha sido seguida por navios ingleses. Alguns familiares pensam que poderiam ter passado pela zona de exclusão das Ilhas Malvinas, cuja soberania motivou um conflito entre Argentina e Grã-Bretanha em 1982.
Fonte: Yahoo!