15 de novembro, 2024

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EUA vão propor pela primeira vez cessar-fogo em Gaza, diz agência

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Pela primeira vez, os Estados Unidos vão propor um texto para uma resolução do Conselho de Segurança da ONU com um pedido de um cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, informou a agência Reuters nesta segunda-feira (19).

A proposta foi divulgada um dia depois que Israel sinalizou que invadiria Rafah, no sul da Faixa de Gaza, no início do Ramadã, se o Hamas não libertar os reféns israelenses em seu poder desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. O Ramadã, um mês sagrado para os muçulmanos, começa em 10 de março.

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O Conselho de Segurança da ONU se reúne às 10h desta terça-feira (12h no horário de Brasília) para debater o conflito entre Israel e Hamas na Palestina. Segundo a Reuters, não está claro se o rascunho será votado. Uma autoridade dos EUA disse à agência, sob condição de anonimato, que não há pressa em submeter o texto a uma votação e que os americanos querem ter tempo para negociar.

O conselho tem 15 membros. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso que 9 deles votem a favor e que nenhum dos membros permanentes (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China) vete a proposta.

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EUA e Israel são considerados aliados históricos. Os EUA chegaram a vetar resoluções que pediam um cessar-fogo na guerra:

  • O primeiro, em outubro do ano passado, um texto redigido pelo representante do Brasil no Conselho de Segurança da ONU.
  • O segundo, em dezembro de 2023, em uma reunião convocada pelo secretário-geral da ONU.

População civil em Rafah

Cerca de 1 milhão de pessoas estão em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Muitas delas já deixaram suas casas em regiões mais ao norte do território, onde a ação militar se concentra.

O rascunho da proposta de resolução dos EUA diz que que “uma grande operação em Rafah iria resultar em mais danos aos civis e mais deslocamentos, que poderiam ser inclusive em países vizinhos”.

O texto afirma ainda que uma operação de Israel em Rafah “teria consequências para a paz e segurança regional (…) e que uma ofensiva grande como essa não deve acontecer nas atuais circunstâncias”.

Cessar-fogo

O governo dos EUA vinha se recusado a empregar a expressão cessar-fogo nas resoluções da ONU sobre Israel. No entanto, a expressão consta no rascunho de resolução ao qual a Reuters teve acesso. O presidente Joe Biden tem dito “cessar-fogo” em seus discursos, e afirmou ter tratado do tema com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

No sábado, a Argélia pediu para que na terça-feira haja uma votação em uma resolução que os seus representantes redigiram. Pelo texto argelino, o Conselho de Segurança pediria um cessar-fogo imediato por razões humanitárias.

A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, já sinalizou que essa proposta de resolução seria vetada porque o texto colocaria em risco as negociações sobre a libertação dos reféns que ainda estão sob controle do Hamas.

Mais itens do rascunho

O rascunho ainda rechaça qualquer ação que implicaria uma redução do território da Faixa de Gaza, inclusive com a criação das chamadas “zonas de tampão”, áreas de separação para evitar conflitos, e também a destruição sistemática de infraestrutura civil.

Em dezembro, Israel disse a países árabes da região que queria criar essas “zonas de tampão” dentro do território da Faixa de Gaza para evitar ataques depois do fim da guerra.

Ministros do governo de Israel chegaram a falar em estabelecer colônias de israelenses dentro da Faixa de Gaza, semelhantes às que existem na Cisjordânia. O rascunho dos EUA pede para condenar essa iniciativa ou qualquer tentativa de mudar a demografia da Faixa de Gaza.

Guerra entre Israel e o Hamas

“A guerra começou quando combatentes do grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, atacaram Israel, em 7 de outubro, mataram 1.200 pessoas e capturaram 253 reféns, de acordo com os registros israelenses. Em retaliação, Israel atacou o Hamas dentro da Faixa de Gaza.

Autoridades de saúde de Gaza, que são controladas pelo próprio Hamas, dizem que mais de 28 mil palestinos morreram.

Fonte: G1

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