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O contrato dos profissionais envolvidos no sequenciamento e na coleta e junção de dados foi finalizado após dez meses de trabalho.
O projeto, desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, em parceria com a prefeitura, permitiu a vacinação em massa de toda a população botucatuense, no dia 16 de maio de 2021. Na ocasião, foram aplicadas 66 mil doses. A mesma estrutura foi montada para ministrar a segunda dose, no dia 8 de agosto de 2021.
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Moradores de Botucatu faziam fila para tomar vacina contra Covid — Foto: Fernando Savioli/TV TEM
Segundo o coordenador da pesquisa e presidente da Sociedade Paulista de Infectologistas, Carlos Magno Fortaleza, em Botucatu, no período da pesquisa, 94% da população elegível receberam a primeira dose da vacina. Já para a segunda dose, 88% da população.
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“O estudo foi muito bem sucedido porque foi, na época, o maior estudo de base municipal do mundo de vacinação simultânea. A estratégia que a Secretaria de Saúde do município desenvolveu de vacinar usando o sistema eleitoral foi excelente. O resultado foi muito mais robusto”, celebra.
Ainda segundo Carlos, o resultado foi percebido porque os números de casos confirmados e de internações diminuíram consideravelmente por conta da vacina. Mesmo no período do avanço da variante ômicron, que foi percebido em janeiro deste ano com as internações em alta, os impactos não foram significativos.
“Imediatamente vimos uma queda em 88% dos casos e 95% das internações após a segunda dose e nenhum dos vacinados chegou a morrer durante o acompanhamento, que chegou ao fim em novembro de 2021, após os seis meses da primeira dose”, salienta.
Moradora se emociona ao tomar dose da vacina contra Covid em Botucatu — Foto: Reprodução/TV TEM
Somente nos seis primeiros meses após o início da vacinação em massa, Botucatu já havia registrado, no período de 2 de junho (duas semanas após a primeira dose) até 14 de novembro, uma queda de 97% no número de internações por Covid-19.
Segundo o pesquisador Carlos, a estrutura do Parque Tecnológico usada para o estudo deve ficar como legado no município para novas pesquisas. Além disso, é referência para laboratórios de pesquisa no mundo.
“A pesquisa no Brasil é feita na universidade pública e gratuita. Essa vitória na pesquisa de Botucatu só foi possível porque tínhamos a universidade e o Sistema Único de Saúde (SUS) muito bem capacitados. É importante dizer como eles são importantes e a resposta para momentos de emergência de saúde pública”, finaliza.
Segundo a prefeitura informou nesta quarta-feira (6), Botucatu já está com 100% da população vacinadas com a primeira dose. Já para a segunda dose, 95% da população.