20 abril, 2024

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Estudante gay é agredido a pauladas no interior de SP

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Rapaz afirma que foi agredido por ser gay (Foto: Amanda Rocha/Tribuna)

Wagner Pietras Firmo de Lima, de 24 anos, não se lembra do que aconteceu depois que levou uma paulada na cabeça na Praça Pedro de Toledo, em Araraquara (SP), mas as marcas e os exames não deixam dúvidas de outras agressões. O nariz e duas costelas foram quebrados, o braço está com um corte e o rosto, inchado. “Covardia pura”, diz o estudante, que acredita ter apanhado por ser homossexual, na última sexta-feira (7).

Ele fez o primeiro registro da agressão com a Polícia Militar e vai fazer o boletim de ocorrência na Polícia Civil nesta sexta-feira (14) para que o caso seja investigado. O gestor de Políticas para Diversidade Sexual da Prefeitura de Araraquara, Paulo Tetti, informou que está prestando apoio ao rapaz e tomando medidas para ajudar na localização dos agressores.

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Agressão

Ele conta que chegou à praça por volta das 22h de sexta-feira (7) para esperar alguns amigos e, quando passou por um grupo que estava sentado na calçada, passou a ouvir ofensas. “Começaram a me xingar e, quando virei, começaram a me agredir”.

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Ex-boxeador da cidade e frequentador da praça ao lado do namorado, ele acredita que os rapazes já o conheciam e por isso optaram por usar um pedaço de pau para agredi-lo. Depois do golpe, ele desmaiou e não sabe quanto tempo permaneceu desacordado.

“Comecei a me defender, fui para cima deles e tomei uma paulada na parte de trás da cabeça, aí apaguei”, relatou.

Polícia

Lima afirma que ninguém o ajudou quando ele acordou, “ninguém fez nada”, e ele foi sozinho até a viatura policial que estava estacionada na Rua 2. “Desci andando todo machucado. Falei com os policiais e eles me deram apoio”.

Depois de contar o que havia acontecido, o estudante foi para casa em um mototáxi e, no dia seguinte, procurou um posto de saúde para receber atendimento. Agora, a intenção é continuar o registro do caso na Polícia Civil para que a agressão seja investigada. Ele também estuda promover um ato para a conscientização de moradores.

“Infelizmente, a homofobia ainda não é um crime tipificado. Vai só por agressão. Mas tem que ser mostrado mesmo. O pessoal da cidade acha que não acontece aqui por ser cidade pequena”.

Primeira vez

De volta à cidade há poucos meses para fazer o curso de bombeiro civil, Lima disse que é a primeira vez que é vítima de homofobia. “Em São Paulo é mais tranquilo”, afirmou. “Já vi amigos, já ajudei amigos, mas nunca tinha passado por isso”.

O episódio deixou o namorado do estudante com medo de sair de casa, mas ele prefere manter a rotina e expor o que aconteceu. “Tem tantas vítimas aí que a pessoa tem que se mostrar, ela não pode ter medo, acho que esse medo que acaba provocando. Acho que se a gente ficar se escondendo é pior. Quanto mais as pessoas veem, mais elas acham normal, eu acredito. O homossexual tende a se esconder tanto que, quando ele aparece, todo mundo se incomoda e acabam cometendo essas atrocidades”, explicou.

Fonte: G1

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