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A empresa Omics Biotecnologia Animal, localizada em Botucatu, é um dos principais locais do País que realizam tratamento com células-tronco para combater a doença a cinomose, doença que pode ser fatal para cães.
A cadelinha Crystal, de seis meses, sem raça definida, conseguiu recuperar parte dos movimentos e ter uma melhor qualidade de vida após ser submetida a um tratamento com células-tronco.
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Caso a doença acometa o sistema nervoso central, o animal apresentará sequelas como tremores musculares, andar desordenado ou crises convulsivas por toda sua vida, podendo ser indicado o sacrifício do cão. Por outro lado, se os sintomas forem tratados no início e o sistema imunológico do animal responder corretamente, pode haver cura espontânea.
De acordo com a veterinária Fernanda Landim, pesquisadora em biotecnologia de reprodução animal e cultivo de células-tronco da empresa, 75% dos cães tiveram melhorias após o tratamento com células-tronco. Em cerca de 47%, a melhoria já pôde ser observada após a primeira aplicação.
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“Quando a aplicação é realizada ainda no estágio ativo da doença (fase viral ou aguda), a taxa de sucesso pode ser menor, uma vez que, pela progressão natural da doença, o animal muitas vezes não tem tempo de responder à terapia celular. Portanto, indicamos fazer a aplicação sempre na fase crônica ou em pacientes clinicamente estáveis. Quanto antes iniciar o tratamento, mais rápida será a resposta, uma vez que sequelas crônicas podem necessitar múltiplas aplicações”, explica a especialista.
Crystal foi um dos animais a receber o tratamento. Sua tutora, Carla Resende, levou-a ao veterinário logo que percebeu os sintomas, como diarreia, secreção amarelada e densa saindo pelo nariz e olhos, além de convulsões, desorientação, paralisia ou movimentos involuntários. A cadela já foi submetida à segunda aplicação de células-tronco.
Após realizar buscas na internet, Carla acabou encontrando o tratamento feito com células-tronco para combater o avanço da doença. “Cerca de 20 dias após a primeira aplicação de células-tronco, Crystal já apresentou sinais de recuperação. Ela passou a ser mais ativa, procurava interagir com meus outros cães, voltou a correr, brincando com todos, até que a vimos subir na cama, num salto único. Ela estava recuperando a força das patas traseiras”, comemorou a tutora.
Apesar de não haver um tratamento para combater a doença, as células-tronco têm se mostrado cada vez mais eficientes, atuando na estimulação a imunidade e reparando os tecidos destruídos pela infecção.
Extremamente contagiosa e com altas taxas de mortalidade, a cinomose é uma doença viral que pode acometer cães de todas as idades, raças ou sexo, especialmente animais sem imunidade ou com vacinação incompleta. Entretanto, a prevalência entre animais com idade de três a seis meses de vida.
No estágio inicial da doença, um sistema comum é a diarreia. Num segundo momento o sistema respiratório é atingido, sendo observadas secreções amareladas e densas saindo da região do nariz e olhos. Na fase mais avançada da doença, acontece o acometimento do sistema nervoso central, com o animal apresentando convulsões, depressão, desorientação, paresia, paralisia, incoordenação, quedas, inclinação da cabeça, tremor dos olhos e movimentos involuntários.
Um cão infectado pode contaminar outro animal através do contato com as secreções, urina e fezes até 90 dias após a exposição ao vírus. É importante salientar que o contato não precisa ser direto. Portanto, não é recomendado que tutores levem seus cães que ainda estejam com o esquema vacinal incompleto para passear.
Não há tratamento para eliminar o vírus. Os medicamentos usados servem para combater os sintomas: Antibiótico, anti-pirético e antieméticos para as infecções no sistema digestório e respiratório. Soro (fluidoterapia), para corrigir a desidratação causada pela diarreia. Anticonvulsivante para as crises convulsivas devido ao acometimento do sistema nervoso. Suplementos nutricionais e terapias alternativas, como a acupuntura, para melhorar a resposta imunológica do animal para combater o vírus.
Para prevenir a contaminação, é necessário que o animal esteja com seu sistema vacinal completo. No caso da cinomose, a vacina preventiva estão no pacote das vacinas v8, v10 e v11, que podem ser aplicadas em três ou quatro doses, a partir dos 45 dias de vida do animal.
Fonte: O Povo