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“Ele dizendo ‘papai, eu te amo’ vai ficar sempre na minha memória”, disse Felipe Nunes (ouça no áudio acima), pai do menino Gael de Freitas Nunes. O garoto tinha 3 anos e morreu na segunda-feira (10), após ter sido encontrado com ferimentos no apartamento onde morava com a mãe, a tia-avó e a irmã adolescente, na Bela Vista, região central de São Paulo.
A mãe da criança está presa e foi indiciada pela polícia por suspeita de matar o filho.
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O último encontro entre Felipe Nunes e o filho aconteceu no domingo (9), Dia das Mães. Felipe passou o fim de semana com Gael e, no final do domingo, o levou de volta para a casa da mãe.
“Quando eu fui levá-lo para passar o final do Dia das Mães com a mãe, ele me abraçou, e falou ‘papai, te amo’. É isso que vou guardar”, disse.
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De acordo com o pai, o corpo de Gael vai ser enterrado no município de Prata, na região do Cariri da Paraíba, estado das famílias dos pais da criança. Os detalhes do velório e o horário do sepultamento não foram divulgados. A previsão é de que corpo do menino seja levado para a capital do estado, João Pessoa, por volta das 12h da quarta-feira.
Felipe Nunes trabalhava como motorista de transporte por aplicativo em São Paulo. Ele disse ao G1 que optou por trabalhar como autônomo para poder ter mais tempo com o filho e participar mais dos seus cuidados.
O pai de Gael também contou como ele era uma criança doce, alegre e simpática. “Gael era uma criança feliz e amorosa com todo mundo. Quando a gente andava na rua, ele saía abraçando todo mundo, mesmo sem conhecer. Já mostrava como ele era.”
Felipe também disse que nunca imaginou que a ex-esposa, suspeita de agredir a criança e provocar sua morte, pudesse fazer algo contra o filho, pois sempre demonstrou ser amorosa com ele.
“Eu espero que a justiça seja feita, caso ela tenha feito alguma coisa contra ele, que eu acredito que sim, mas não posso julgar. Espero que ela pague pela monstruosidade que ela fez com o filho dela. Na minha frente e na frente do ex-marido dela, ela sempre foi uma mãe carinhosa”, relatou.
Felipe também contou que Gael era a realização de um sonho. “O grande sonho da minha vida era ter um filho. Ela me deu, e três anos depois ela me tirou”.
Mãe de Gael presa
A mãe de Gael foi presa na madrugada desta terça-feira (11), menos de 24 horas após a morte do menino. O inquérito ainda não foi concluído. De acordo com a polícia, a mulher, de 37 anos, é suspeita de ter cometido as agressões que levaram à morte do menino na manhã desta segunda-feira (10). O menino chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
A prisão da mulher ocorreu após ela prestar depoimento na 1º Delegacia de Defesa da Mulher, na capital paulista, por volta da meia-noite. Às 5h30, ela foi levada para o 89ºDP, no Portal do Morumbi, que tem uma carceragem feminina.
Ela foi indiciada por homicídio qualificado por meio cruel. A investigação já pediu à Justiça a conversão da prisão em flagrante da mãe para a prisão preventiva. O motivo do crime ainda é investigado.
O G1 não conseguiu localizar a defesa da mãe para comentar o assunto.
Segundo a polícia, o advogado dela, Sérgio Henrique Sarmento Barros, havia pedido que sua cliente fosse solta e encaminhada para internação compulsória num hospital psiquiátrico. O pedido se baseia no relato de testemunhas que contaram que a mulher teria tido um surto psicótico para cometer o crime e teria tentado se suicidar em seguida, bebendo um produto de limpeza.
O que diz o boletim de ocorrência
Segundo informações do boletim de ocorrência, o menino foi encontrado desacordado na cozinha pela tia-avó; a mãe estava com ele.
A tia-avó pediu ajuda da irmã de Gael, adolescente de 13 anos, que ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Quando os socorristas chegaram ao apartamento, a criança estava em parada cardiorrespiratória. Houve tentativas de reanimá-lo a caminho do hospital, mas após a chegada no local foi constatada a morte da criança.
A Polícia Militar, que foi acionada pelo Samu, informou que a mãe teria passado por um surto psicótico. Ela foi encaminhada até o Hospital do Mandaqui, na Zona Norte, para ser medicada. Só depois que ela prestou depoimento à família.
Fonte: G1 – Foto: Arquivo pessoal/Verônica Nunes