28 de novembro, 2024

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Dólar sobe pelo 7º dia e fecha a R$ 4,12, maior patamar em quase 3 anos

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O dólar fechou em alta pelo 7º pregão seguido nesta quinta-feira (23), acima de R$ 4,12, maior patamar em quase três anos. A tentativa de correção da moeda norte-americana foi ofuscada pelo cenário externo, após Estados Unidos e China aplicarem nova rodada de tarifas comerciais entre si, e pelo cenário eleitoral nos últimos dias, com os investidores repercutindo as primeiras pesquisas de intenção de voto.

A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 4,1222, uma valorização de 1,71%. Na máxima, chegou a R$ 4,1272. 

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A última vez que o dólar havia fechado acima de R$ 4,12 foi em 23 de setembro de 2015 (R$ 4,1455), segundo o ValorPro. O dólar turismo, sem a cobrança de IOF, fechou a R$ 4,30.

“É o conjunto da obra. Problemas lá fora, China e Estados Unidos, eleição no Brasil e ainda o fator especulação”, afirmou a Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

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“O investidor corrige um pouco, mas não quer ficar vendido em dólar (apostar na queda da moeda). Não há muito espaço para realização maior com as notícias atuais”, emendou à agência o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, para quem o ‘piso’ nesse momento seria de pelo menos R$ 4.

À tarde, a ameaça do vice-primeiro-ministro da Itália, Luigi Di Maio, de que seu partido votará pela suspensão do financiamento à União Europeia no próximo ano se parceiros não concordarem em receber os imigrantes que estão sendo mantidos em um navio da guarda costeira em Sicília, também ajudou a prejudicar o euro e, assim, elevar a pressão do dólar ante a cesta de moedas, segundo a Reuters.

Desde o início do ano, a moeda norte-americana já acumula avanço de mais de 26%. A tendência de alta, que havia perdido fôlego a partir de junho, voltou em agosto em meio às incertezas eleitorais e ao cenário externo menos favorável, fazendo o dólar saltar do patamar de cerca de R$ 3,70 para o atual de R$ 4.

Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. A busca pela moeda indica que o mercado prefere ativos mais seguros em momentos de incerteza, o que leva ao enfraquecimento do real.

Além disso, o nervosismo gera maior demanda por proteção, o que pressiona o real. Exportadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados correm para comprar e ajudam a elevar o preço da moeda americana.

Diante desse cenário turbulento, o principal índice de ações da bolsa brasileira fechou em queda de 1,65% nesta quinta-feira (23), a 75.633 pontos.

Cenário externo

No exterior, o dólar subia em relação a uma cesta de moedas, impulsionado pela incerteza política, nova rodada de tarifas comerciais e pela ata da última reunião do banco central dos Estados Unidos que sinalizou aumento da taxa de juros em setembro.

Os EUA e a China intensificaram a sua guerra comercial que já dura meses, implementando tarifas de 25% sobre US$ 16 bilhões em produtos um do outro, abalando os investidores que buscavam segurança no dólar.

À tarde, a ameaça do vice-primeiro-ministro da Itália, Luigi Di Maio, de que seu partido votará pela suspensão do financiamento à União Europeia no próximo ano se parceiros não concordarem em receber os imigrantes que estão sendo mantidos em um navio da guarda costeira em Sicília, também ajudou a prejudicar o euro e, assim, elevar a pressão do dólar ante a cesta de moedas, segundo a Reuters.

O dólar também subia ante divisas de países emergentes, com destaque para o rand sul-africano, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, expressou no Twitter suas preocupações sobre a reforma agrária do país, e o rublo, com o aumento do risco de mais sanções dos EUA à Rússia.

Atuação do BC

O Banco Central brasileiro continuou sem fazer atuações extraordinárias no mercado de câmbio e, segundo analistas ouvidos pela Reuters, pelo menos por enquanto a autoridade monetária não deve interferir porque o movimento do real não está muito diferente do comportamento de outras divisas emergentes. Além disso, não há falta de liquidez no mercado.

O BC ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 4,08 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vence em setembro.

Última sessão

Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,42%, vendida a R$ 4,0529. Foi o valor mais alto desde o dia 16 de fevereiro de 2016, quando terminou a sessão a R$ 4,0684. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,0908.

Nas casas de câmbio, porém, a moeda chegou a ser negociada acima dos R$ 4,50, já considerando o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Em espécie, a cotação girou entre R$ 4,25 e R$ 4,29.

Fonte: G1

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