19 de novembro, 2024

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Dólar fecha a R$ 3,48, maior valor desde junho de 2016

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O dólar fechou em alta de 0,46% nesta quarta-feira (25), cotado a R$ 3,4840, no quinto pregão consecutivo de valorização da moeda americana em relação ao real. O valor é o maior desde 13 de junho de 2016, quando o dólar valia R$ 3,4862.

O mercado de câmbio é influenciado pelo cenário externo, em mais um dia de alta do rendimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Os temores de que o ritmo de aumento de juros na maior economia do mundo pode ser mais forte que o inicialmente projetado atrai recursos globais para os Estados Unidos e pressiona um movimento de valorização do dólar sobre as moedas dos outros países.

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Na máxima da sessão, o dólar chegou a R$ 3,5156. A última vez que a moeda fechou acima de R$ 3,50 foi em 3 de junho de 2016, quando encerrou a sessão a R$ 3,5244 na venda. Em abril, o dólar acumula alta de 5,47%.

O dólar turismo fechou a R$ 3,63, na cotação que não considera o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Nas casas de câmbio, já considerando o IOF, a moeda dos EUA era negociada ao redor de R$ 3,90 no cartão pré-pago e ao redor de R$ 3,70 em espécie.

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Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,48%, a R$ 3,4681 na venda, renovando o maior valor desde o dia 2 de dezembro de 2016 (R$ 3,4716). No ano, a alta acumulada até a véspera é de 4,66%.

Cenário externo

O mercado brasileiro não conseguiu escapar da pressão externa, em mais um dia de avanço generalizado do dólar nas praças internacionais.

O movimento de alta acontece em meio a temores de que o ritmo de aumento de juros nos Estados Unidos pode ser mais forte do que o inicialmente projetado, o que pode afetar o fluxo de capital global.

O rendimento do Treasury de 10 anos dos Estados Unidos, títulos do governo norte-americano que serve de referência para os mercados, supera o nível de 3% e bate os maiores níveis desde janeiro de 2014, em meio a preocupações com a crescente oferta de títulos do governo e a aceleração da inflação.

Com preços mais altos, o Federal Reserve, banco central norte-americano, poderá ser mais firme na trajetória de aumento de juros no país neste ano. Taxas elevadas na maior economia do mundo têm potencial para atrair recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como o Brasil.

Cenário local

A alta do dólar ante o real também ocorre em meio ao cenário político doméstico incerto por conta das eleições presidenciais de outubro. O mercado teme que um candidato que considere menos comprometido com o ajuste fiscal se destaque.

Os investidores também estavam cautelosos enquanto entendiam as implicações da decisão do Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de retirar dos processos que estão nas mãos do juiz federal Sérgio Moro trechos de delações feitas por executivos da Odebrecht que implicam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destaca a Reuters.

O ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto, é considerado pelo mercado menos comprometido com o ajuste das contas públicas. Lula está preso após condenação por corrupção e lavagem de dinheiro.

“É fato que o intervalo de oscilação do dólar já mudou, mas é cedo para dizer qual é. Parece que R$ 3,50 viraram novo teto”, afirmou à Reuters o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel.

Como os Treasuries influenciam o dólar?

Os Treasuries são títulos emitidos para financiar a dívida pública dos EUA. Eles são considerados um dos investimentos mais seguros do mundo. Por isso, é comum acontecer uma “corrida” por estes títulos quando há temores de instabilidade no mercado.

É o que acontece agora, quando o mercado especula sobre o avanço da inflação nos Estados Unidos, que poderia levar o BC do país a aumentar o ritmo de alta dos juros, reduzindo a liquidez de recursos no resto do mundo, especialmente em países emergentes como o Brasil.

Como o dólar também é considerado um dos ativos mais seguros do mundo, ele tende a valorizar frente a outras moedas quando os títulos dos EUA rendem mais.

Fonte: Yahoo!

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