04 maio, 2024

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Corpos encontrados em mata são dos desaparecidos em SP, diz polícia

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Quatro dos cinco rapazes desaparecidos quando iam a festa na Grande São Paulo (Foto: Reprodução/Polícia Civil de São Paulo)

A Corregedoria e a Polícia Civil de São Paulo informaram nesta nesta segunda-feira (7) que os corpos encontrados neste domingo numa mata em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, são dos cinco jovens desaparecidos há mais de duas semanas, no último dia 21, em Sapopemba, na Zona Leste da capital paulista. As informações são do Jornal Hoje.

A polícia ainda aguarda exames de DNA para confirmar oficialmente que os corpos são dos desaparecidos, mas já possui evidências sobre o caso (leia mais abaixo). Estão sendo analisadas, por exemplo, roupas achadas com os corpos, tatuagens e cicatrizes de cirurgia.

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No início da noite, a Secretaria de Segurança Pública divulgou nota confirmando que dois dos corpos são dos rapazes desaparecidos. “A SSP informa que dois dos corpos foram identificados como integrantes do grupo que desapareceu na região de Ribeirão Pires pela planilha de impressão digital”, diz a nota.

“Os primeiros exames feitos pelo núcleo de antropologia do IML mostram que eles foram atingidos por balas de calibre 38 e uma de calibre 12. Não foi possível identificar os outros três corpos pelos exames antropológicos e eles serão submetidos a confronto de DNA. O caso segue em investigação pelo DHPP e com IPM instaurado pela Corregedoria da Polícia Militar. O TJM decretou segredo de Justiça”, afirma a SSP.

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“A doutora Ana Lúcia, da [Delegacia de] Pessoas Desaparecidas, foi junto com o pessoal nosso do Geacrim [Grupos Especiais de Atendimento a Local de Crime], e como ela esta a par das investigações, pelas roupas que estavam nos corpos, ela entende que são as pessoas”, afirmou o delegado Arlindo José Negrão Vaz, do Departamento de Homicídios e Proteção às Pessoas.

Os familiares dos jovens desaparecidos foram ao IML na manhã desta segunda dar informações que possam a ajudar a identificar os corpos, que têm queimaduras e estão em estado avançado de decomposição. Os parentes começaram a deixar o local no início da tarde.

A avó de um dos desaparecidos, Alice Silva, esteve no IML e, ao deixar o instituto, foi perguntada por jornalista se havia reconhecido o corpo do neto. “É o meu neto”, respondeu a mulher. “Quero justiça”, completou. De acordo com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), no entanto, as famílias não puderam ver os corpos e nem viram fotos devido ao avançado estado de decomposição.

Mãe de Jonathan Moreira Ferreira, de 18 anos, sai chorando do IML de São Paulo (Foto: Tatiana Santiago/G1)Mãe de Jonathan Moreira Ferreira, de 18 anos, sai chorando do IML de São Paulo (Foto: Tatiana Santiago/G1)

Segundo o Condepe, a ida dos familiares ao IML serviu para que eles prestassem esclarecimentos e dessem informações sobre, por exemplo, a cor da pele, a presença de tatuagens e outras características no corpo dos desaparecidos. Os investigadores também estão analisando a arcada dentária das vítimas. Eles recolheram, ainda, amostras da saliva dos familiares para identificação em exame de DNA.

Indícios

O fato de uma das vítimas usar uma fralda geriátrica e ter sinais de uma cirurgia na coluna faz a polícia acreditar que se trata do desaparecido que era cadeirante.

Outro indício de que se trata do grupo desaparecido em outubro é o fato de que uma das vítimas tinha uma prótese na perna. Um dos jovens, Caíque Henrique Machado, tinha uma prótese na tíbia, segundo relatos de familiares ao ouvidor das polícias do estado de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves.

Possível extermínio

O ouvidor também informou haver indícios de extermínio nos cinco corpos. “Fica claro, inclusive, que foi execução porque um deles estava amarrado”, afirmou o ouvidor na manhã desta segunda (7) na porta do IML Central, para onde os corpos foram levados.

Além disso, a perícia detectou, segundo o ouvidor, que alguns corpos possuem tiros de armas de fogo. Um deles, possivelmente do cadeirante, estava sem cabeça. “Existem tiros, um cadáver com dois tiros na cabeça, outro cadáver com vários fragmentos, a gente não sabe se é perfuração ou se são tiros de bala”. A perícia ainda não divulgou o tipo de arma utilizada.

Participação da polícia

O ouvidor disse não descartar a possibilidade de participação policial no crime, mas que prefere aguardar o resultado das investigações. “Toda a possibilidade ainda existe e com os exames que serão feitos os indícios vão aparecer ou vão desaparecer, mas começaram agora”.

Um dos indícios da suposta participação policial é uma mensagem enviada por uma das vítimas, Jonathan Moreira Ferreira, de 18 anos. Pelo WhatsApp, ele relatou a uma amiga antes de sumir ter sofrido “enquadro” e “esculacho” da polícia. 

Parentes dos desaparecidos dizem que policiais militares agiram em represália pelos assassinatos de um policial e um guarda-civil em setembro.

O vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Luiz Carlos Santos, diz que vai pedir a aceleração das investigações policiais sobre o caso.

“Esses sinais de execução deixam claro o que aconteceu desde o início da primeira mensagem até o fato de ter achado esses corpos”. O Condepe também solicitou à Corregedoria da Polícia Militar se há localização de GPSs de viaturas circulando na região em que os jovens desapareceram.

De acordo com Santos, os jovens desaparecidos teriam sido atraídos para uma emboscada já que o perfil das garotas com quem teriam marcado um encontro foram deletados das redes sociais na internet. “Nós vamos tentar rastrear de onde veio esse Facebook”.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou nesta segunda que há três linhas de investigação sobre o caso. Um dos pontos a ser investigado é a presença de cartuchos de pistola .40, uma das armas usadas pela Polícia Militar.

“Pode investigar, sim (o envolvimento de policiais), porque tivemos lá a apreensão de cartuchos que são de ponto 40, e estamos verificando se eles pertencem a algum lote adquirido por organismo policial aqui de São Paulo e verificando, se positiva esta informação, se não houve notícia de extravio de munição, porque isso ocorre às vezes”, diz.

O advogado Ariel de Castro Alves, integrante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe),  disse que viu os corpos dos rapazes.  De acordo com ele, os corpos estavam em estado avançado de decomposição, praticamente irreconhecíveis. Houve ação de urubus no local onde os corpos foram encontrados e tinha cal junto aos corpos. Quatro corpos têm marcas de tiro calibre .40 e apenas um tem marcas de facas. Um dos corpos estava com a cabeça separada do corpo.

“As roupas foram todas recolhidas, já estão sendo ensacadas, estão sendo encaminhadas para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. Os projéteis dos corpos também já foram recolhidos e estão sendo encaminhados para o DHPP.”

Desaparecimento

Os cinco rapazes iam para uma festa num sítio em Ribeirão Pires no dia 21 de outubro e não foram mais vistos. Familiares fizeram uma denúncia sobre o sumiço do grupo à Secretaria de Direitos Humanos e Defesa de Cidadania da Prefeitura de São Paulo.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a Polícia Militar encontrou os corpos após receber um chamado no 190 indicando a localização. “Uma equipe do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) está no local. Os corpos estão em estado avançado de decomposição e serão submetidos a exames para identificação. Mais detalhes não podem ser divulgados para não atrapalhar os trabalhos”, informou a secretaria em nota.

Fonte: G1

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