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Em outubro deste ano, diversos veículos noticiaram que as potências econômicas europeias apresentaram queda significativa na confiança dos consumidores e empresários em relação à economia da Zona do Euro. O índice chegou a 100,8 pontos, sendo este o menor patamar desde 2015, segundo dados da Comissão Europeia, o setor executivo da União Europeia.
Mas, o que isso significa e como afeta o mercado brasileiro?
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O que é?
A medição de confiança do consumidor é um índice mensurado em diversos países por órgãos oficiais para verificar como a população está percebendo as medidas econômicas adotadas pelo governo.
Essa percepção é importante para balizar os empresários em relação às atitudes que vão adotar, para que seus negócios atendam às expectativas do consumidor e para gerar consumo e renda, movimentando a economia nacional.
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Como funciona no Brasil
No nosso país, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é calculado desde 2005. A metodologia de pesquisa foi desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE). As duas instituições acompanham a evolução do ICC periodicamente e a divulgam ao mercado.
Além de verificar o posicionamento atual do consumidor sobre a situação econômica do país, o cálculo também aborda a perspectiva de consumo para os próximos seis meses. Isso é importante para que os empresários possam tomar decisões sobre suas deliberações, como metas, produções, entre outras, evitando excedentes que podem gerar prejuízos.
Em um artigo divulgado no LinkedIn, Lucas Vargas, CEO do grupo ZAP, conta que, “quando o ICC cai, significa que a população está sentindo os efeitos do que está acontecendo na economia”. No entanto, não é um indicador direto da recessão de um país.
A queda do ICC é um indício de que as pessoas pararam ou pretendem parar de comprar. Se a indústria a percebe e suspende sua produção, há menos consumo, queda da inflação e aumento do desemprego.
Próxima a feriados importantes, como Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e outros, a divulgação da FGV é importante para todos os setores da economia, que cientes da intenção de compra da população, conseguem se programar para atender às expectativas do consumidor.
Como afeta a população
Para a indústria, conhecer o comportamento e o pensamento dos consumidores é essencial para direcionar a estratégia do negócio. Muitos lançamentos de produtos e serviços são planejados de acordo com esse índice.
No caso do índice europeu, a influência no Brasil se dá por conta do comércio exterior. Se os europeus não consomem os produtos que exportamos, eles impactam indiretamente na produção da nossa indústria e até no nosso bolso.
Isso ocorre porque os produtos que não são enviados para fora passam a ser vendidos no mercado nacional. Isso, não necessariamente, significa que os valores vão estar mais vantajosos por aqui.
Com a queda nas exportações, também pode ser que os empresários precisem segurar a produção e, consequentemente, reduzir pessoal para arcar com o prejuízo da demanda que ficou empacada. Dessa forma, pode aumentar o desemprego, prejudicando a economia.
As perspectivas dos empresários em relação às medidas econômicas de determinados países também geram expectativa, porque refletem diretamente no bolso da população.
E o problema é cíclico: se um produtor de roupas brasileiro, por exemplo, não enxerga a possibilidade de comercializar seus produtos no exterior, ele vai tentar vendê-los no mercado interno. Se o estoque inicial for grande, o valor da peça vai estar mais amigável ao consumidor, mas, não será preciso produzir mais, tornando desnecessária a produção, logo, dispensando pessoal e ocasionando desemprego.
Por isso, ficar de olho no que ocorre no exterior é tão importante quanto entender o mercado interno, para, assim, poder planejar e estruturar os negócios e gerar lucro.