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Centenas de peregrinos compareceram neste sábado (17) à Grande Mesquita de Meca (oeste da Arábia Saudita) para participar da grande peregrinação anual dos muçulmanos, a segunda após o surgimento da pandemia do coronavírus, que obrigou a medidas sanitárias e de capacidade rígidas.
Neste ano, poderão participar apenas 60 mil residentes da Arábia Saudita, nacionais e estrangeiros, que são escolhidos por sorteio. Um número acima dos 10 mil no ano passado, mas muito menor do que em tempos normais.
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A Arábia Saudita está tentando repetir o sucesso do ano passado, em que não houve surtos de Covid-19 durante o ritual de cinco dias, apesar de despertar ressentimento entre os muçulmanos fora do país.
Na manhã deste sábado, centenas de fiéis divididos em pequenos grupos começaram a girar em torno da Kaaba, a estrutura cúbica preta localizada no coração da Grande Mesquita e para a qual as orações dos muçulmanos em todo o mundo são dirigidas.
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Essa peregrinação, conhecida como “tawaf” em árabe, é essencial para completar a peregrinação a Meca e marca o início das festividades. Os ritos religiosos começarão no domingo.
Loteria
“Sinto que ganhei na loteria”, disse o farmacêutico egípcio Mohamed El Ether após ser escolhido. “Este é um momento especial e inesquecível na vida. Agradeço a Deus por me dar a oportunidade de ser aceito entre tantas pessoas que se inscreveram”, disse o homem de 31 anos.
Entre os sortudos está Ameen, um empreiteiro indiano de 58 anos baseado na cidade oriental de Dammam, que foi escolhido para participar do Hajj com sua esposa e três filhos adultos.
“Estamos muito satisfeitos”, disse Ameen, que se identificou apenas com o primeiro nome. “Muitos amigos e familiares nossos foram rejeitados.”
A Arábia Saudita é o lar de muitas pessoas do sul e do leste da Ásia, da África e do Oriente Médio.
Em 2019, cerca de 2,5 milhões de muçulmanos em todo o mundo participaram do Hajj, o feriado anual considerado um pilar do Islã que todos os muçulmanos devem comparecer pelo menos uma vez na vida.
Grupos de 20
O canal de notícias Al Ekhbariya mostrou imagens de trabalhadores desinfetando a área da Grande Mesquita ao redor da Kaaba, o ponto focal do Islã, em antecipação aos rituais.
Semanas atrás, o ministério responsável pelo partido disse que adotaria “os mais altos níveis de precauções sanitárias” em face das novas variantes da Covid-19.
Os escolhidos entre mais de 558 mil candidatos devem estar totalmente vacinados contra a Covid, ter entre 18 e 65 anos e não ter doenças crônicas, segundo o ministério responsável pela festa.
Os peregrinos serão divididos em grupos de 20 “para limitar qualquer exposição a esse grupo e evitar que a infecção se espalhe”, disse o subsecretário do ministério responsável pelo Hajj, Mohamed al Bijawi, à imprensa oficial.
A Arábia Saudita detectou mais de 507 mil infecções por coronavírus e mais de 8 mil mortes, entre uma população de 34 milhões de pessoas.
O Hajj foi celebrado no ano passado em sua menor versão da história moderna, com cerca de 10 mil participantes.
Nenhuma infecção foi registrada e as autoridades instalaram clínicas móveis e ambulâncias para cuidar dos peregrinos, que eram levados para locais religiosos em pequenos grupos.
Desafio
“O principal desafio deste Hajj será que ele seja realizado sem infecções por Covid-19”, disse um médico que trabalha em um hospital em Meca.
Organizar o Hajj é um assunto de prestígio para o governo saudita, cuja custódia dos locais mais sagrados do Islã é sua principal fonte de legitimidade política.
Mas a proibição da participação de peregrinos do exterior causou ressentimento e decepção entre os muçulmanos em todo o mundo, que muitas vezes economizam anos para comparecer.
Além das restrições sanitárias, o preço de participação no festival deste ano foi de US$ 3.200 (aproximadamente R$ 16.400).
Fonte: Yahoo!