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Com 30 votos a favor e 16 abstenções, Mauricio Claver-Carone foi eleito presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) neste sábado (12). Apoiaram sua candidatura Brasil, Bolívia, Paraguai, Colômbia e Peru, entre outros países.
Conselheiro sênior de Donald Trump para a América Latina, Carone deve tomar posse em outubro para um mandato de cinco anos — em substituição ao colombiano Luis Alberto Moreno, que comanda o banco desde 2005.
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Essa será a primeira vez que um cidadão norte-americano irá liderar a instituição em seus 61 anos.
Antes da votação, Carone disse aos líderes do banco que seria “um defensor apaixonado” do BID, de seus funcionários e da região.
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Em nota conjunta, o Ministério da Economia e o Ministério das Relações Exteriores afirmaram que “a proposta de gestão de Carone é pragmática, transparente, eficiente e associada a valores comuns e fundamentais às Américas, como democracia, liberdade econômica, desenvolvimento sustentável e Estado de Direito”.
Além disso, o governo acredita que o BID vai “apoiar ainda mais a recuperação econômica da região, principalmente por meio de investimentos do setor privado e em infraestrutura”.
Brasil deve perder espaço
Antes de apoiar publicamente Carone, o Brasil lançou Rodrigo Xavier, ex-presidente do UBS e do Bank of America no Brasil, como candidato, mas não obteve o apoio esperado de Trump.
O Brasil comandava a vice-presidência de setores do BID e também já teve a gerência de infraestrutura.
A partir da nova gestão, os postos devem ser redistribuídos e o Brasil deve perder espaço em áreas estratégicas da instituição.
Carone sinalizou que pode oferecer um cargo aos brasileiros mas, segundo integrantes das reuniões, o norte-americano fez promessas semelhantes a diversos países.
Batalha geopolítica
A votação do BID havia se tornado uma batalha geopolítica entre o governo Trump, interessado em ganhar influência na América Latina rica em recursos e conter a ascensão da China, e alguns na região que não querem perder o controle do credor.
O BID tem sido comandado por um presidente latino-americano desde sua origem, em 1959.
O México, que era peça fundamental para obstruir a votação, havia sinalizado esta semana que não bloquearia o quórum necessário para realizar a eleição.
O ex-secretário de Relações Exteriores do México Jorge Castañeda disse em uma coluna de opinião que o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, não conseguiu estimular a oposição ao candidato de Trump.
“A Argentina não poderia bloquear a eleição sozinha; tudo estava nas mãos do México e de AMLO”, escreveu Castañeda. “Ele se acovardou.”
O ministério das finanças do México não respondeu a um pedido de comentário.
Fonte: G1