24 abril, 2024

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China: evidência de enchente lendária pode reescrever história

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Geólogos descobriram a primeira evidência da Grande Enchente da China, um desastre que ocorreu 4.000 anos atrás no Rio Amarelo e que levou ao nascimento da dinastia Xia e da civilização chinesa moderna, segundo um estudo publicado na quinta-feira na revista Science.

As conclusões podem ajudar a reescrever a história, porque elas não só mostram que de fato houve uma inundação enorme, mas também que ela ocorreu em 1920 a.C., vários séculos depois do que se pensava.

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Isto significaria que a dinastia Xia, liderada pelo Imperador Yu, também pode ter começado mais tarde do que os historiadores chineses pensavam.

Yu ganhou fama como o homem que foi capaz de controlar a enchente ao orquestrar o trabalho de dragagem necessário para orientar as águas de volta para seus canais.

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Restaurar a ordem depois do caos garantiu a ele “o mandato divino para estabelecer a dinastia Xia, a primeira na história da China”, disse o estudo, liderado por Wu Qinglong, professor do departamento de geografia da Nanjing Normal University.

Histórias sobre o Imperador Yu estabeleceram as bases ideológicas para o sistema de governo de Confúcio. Nas gerações recentes, porém, alguns estudiosos têm questionado se elas de fato aconteceram. Talvez, dizem, tudo tenha sido um mito concebido para justificar a regra imperial.

Então os geólogos pesquisaram o Rio Amarelo, na província de Qinghai, examinando os restos de uma barragem e os sedimentos de um lago represado.

Enchente catastrófica

O que eles descobriram sugere uma inundação catastrófica que é uma das maiores enchentes conhecidas na Terra nos últimos 10.000 anos, disse o coautor Darryl Granger, da Universidade de Purdue.

Com a enchente, o nível das água subiu até 38 metros acima do nível moderno do rio, tornando o desastre “aproximadamente equivalente à maior inundação do rio Amazonas já medida”, disse Granger a repórteres em uma teleconferência.

A enchente teria sido “mais de 500 vezes maior do que uma enchente no Rio Amarelo causada por um evento de precipitação atmosférica”, acrescentou.

Uma vez que tais inundações lançaram detritos e sedimentos por todos os lados, misturando o solo antigo com o novo, a equipe científica utilizou restos humanos para definir o momento do desastre.

Esqueletos de três crianças foram encontrados nos escombros de um terremoto, que se acredita que tenha provocado um deslizamento de terra, disseram os pesquisadores.

Aquele deslizamento de terra criou uma barragem. A água se acumulou em volta da barragem e, eventualmente, rebentou, desencadeando a inundação.

A datação por radiocarbono nos ossos das crianças mostrou que eles morreram em 1920 a.C., coincidindo com uma grande transição cultural na China.

“A inundação (…) nos dá uma sugestão tentadora de que a dinastia Xia pode realmente ter existido”, disse David Cohen, professor assistente no departamento de antropologia da Universidade Nacional de Taiwan.

“Se a Grande Enchente realmente aconteceu, talvez também seja provável que a dinastia Xia realmente existiu. Os dois estão diretamente ligados um ao outro”, acrescentou.

Agora que os pesquisadores têm provas para sustentar os contos de textos antigos, o início da dinastia Xia pode passar a ser considerado por volta de 1900 a.C., em vez de 2200 a.C., como se pensava anteriormente, argumentam os autores.

“As grandes inundações ocupam um lugar central em algumas das histórias mais antigas do mundo”, escreveu David Thompson, da Universidade de Washington, em Seattle, em um comentário sobre o estudo na revista Science.

“E a enchente do Imperador Yu é hoje considerada outra história dessas, potencialmente enraizada em eventos geológicos”, completou.

Fonte: Yahoo!

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