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Um operador de salas de bate-papo online na Coreia do Sul foi condenado na quinta-feira (26) a 40 anos de prisão sob a acusação de chantagear dezenas de mulheres, incluindo menores de idade, para filmar vídeos sexualmente explícitos e vendê-los para outras pessoas.
O Tribunal Distrital Central de Seul condenou Cho Ju-bin, de 24 anos, por violar leis sobre proteção de menores e organização de quadrilha criminosa, disse o porta-voz do tribunal Kim Yong Chan.
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O tribunal decidiu que Cho “usou vários métodos para atrair e chantagear um grande número de vítimas para fazer conteúdo sexualmente abusivo e distribuí-los a muitas pessoas por um período prolongado”, de acordo com Kim. “Ele revelou a identidade de muitas vítimas e infligiu danos irreparáveis a elas.”
Cho afirmou que apenas enganou as vítimas para fazer tais vídeos, mas que não as chantageou ou coagiu, o que levou algumas das vítimas a testemunhar no tribunal.
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Kim disse que o tribunal decidiu isolar Cho da sociedade por um longo período levando em consideração sua atitude e a gravidade de seu crime.
Tanto Cho quanto os promotores, que solicitaram prisão perpétua, têm uma semana para apelar.
Os promotores prenderam e indiciaram formalmente Cho e sete cúmplices em junho, por supostamente produzirem vídeos de abuso sexual de 74 vítimas, 16 delas menores, e distribuí-los no aplicativo de mensagens Telegram, onde milhares de usuários pagaram em criptomoeda para assisti-los entre 2019 e 2020.
Um promotor chamou o grupo de Cho de “uma rede criminosa” de 38 membros. Na quinta-feira, o tribunal de Seul condenou cinco dos cúmplices de Cho, um deles com 16 anos, a até 15 anos de prisão.
Quando foi apresentado à mídia após sua detenção inicial em uma delegacia de polícia, em março, Cho disse: “Obrigado por interromper a vida de um demônio que (eu) não consegui parar”.
O caso de Cho desencadeou uma intensa discussão pública e um exame de consciência na Coreia do Sul sobre uma cultura que alguns especialistas dizem ser muito tolerante com a violência sexual e continuamente falha com as vítimas.
O presidente Moon Jae-in já havia pedido anteriormente uma investigação completa e punição severa para aqueles que operam essas salas de chat e seus usuários.
Nos últimos anos, a Coreia do Sul tem lutado para lidar com o que o governo descreve como crimes sexuais digitais, que além de salas de chat abusivas também incluem a disseminação de fotos íntimas e vídeos feitos por smartphones ou pequenas câmeras espiãs escondidas em espaços públicos, uma questão que gerou protestos massivos em 2018.
Fonte: Yahoo!