25 abril, 2024
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O comandante-chefe das Forças Armadas da Bolívia, o general Williams Kaliman, pediu neste domingo (10) ao presidente Evo Morales que renuncie.
“Após analisar a situação conflituosa interna, pedimos ao presidente de Estado que renuncie a seu mandato presidencial permitindo a pacificação e a manutenção da estabilidade, pelo bem da nossa Bolívia”, disse o general Kaliman à imprensa.
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O comandante da Polícia Boliviana, general Vladimir Yuri Calderón, em vídeo, também pediu a renúncia do Presidente Evo Morales.
“Queremos expressar apoio à Bolívia e aos nossos camaradas, que estão mobilizados, que nos somamos ao pedido do povo boliviano de sugerir ao senhor presidente, Evo Morales, que apresente sua renúncia, para pacificar o povo da Bolívia em nesses duros momentos que atravessam nossa nação”, disse, em vídeo publicado no Twitter.
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O líder da oposição, Luis Fernando Camacho, também entregou uma carta de renúncia na sede de governo de La Paz. No entanto, Evo Morales já havia deixado o palácio.
Os pedidos acontecem em meio a protestos após a questionada reeleição na votação de 20 de outubro.
Neste domingo, a Organização de Estados Americanos (OEA) apontou irregularidades no pleito, e recomendou a realização de novas eleições.
Pressionado pelos protestos, Evo Morales convocou, também neste domingo, a realização de novas eleições.
“[Decidi] convocar novas eleições nacionais que mediante ao voto permitam ao povo boliviano eleger democraticamente suas novas autoridades, incorporando novos atores políticos”, afirmou Morales.
Evo disse também que vai “renovar a totalidade de membros do Tribunal Superior Eleitoral; nas próximas horas a Assembleia Legislativa Plurinacional, em concordância com todas as forças políticas estabelecerá os procedimentos para isso”.
“Quero pedir para baixarmos toda a tensão. Todos temos a obrigação de pacificar a Bolívia”.
Mais tarde, a uma rádio, o presidente disse que não renunciará. “Tenho um papel constitucional, termino minha administração em 21 de janeiro do próximo ano. Aqueles que insinuam [sobre a renúncia] estão com um golpe de estado”, afirmou.
Desde então, ao menos três ministros já entregaram seus cargos. São eles Tito Montaño, dos Esportes, Luis Alberto Sánchez, dos Hidrocarbonetos e Energia, e César Navarro, da Mineração.
Além deles, os presidentes da câmara baixa e do Tribunal Supremo Eleitoral, também renunciaram.
A convocação de novas eleições veio logo após a Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmar que houve irregularidades na eleição presidencial do dia 20 de outubro, quando Evo foi reeleito em primeiro turno, e recomendou que uma nova votação seja feita.
O órgão responsável por computar os votos apontou o seguinte resultado final:
Como a diferença entre Morales e Mesa foi de mais de 10 pontos percentuais, o atual presidente foi reeleito para seu quarto mandato.
O resultado foi contestado pela oposição e, no dia 30 de outubro, a Bolívia e a OEA concordaram em realizar uma auditoria.
Antes desses números serem publicados houve uma indefinição: inicialmente, havia um método mais rápido e preliminar de apuração, e um outro, definitivo e mais lento, onde se conta voto a voto. Os números dessas duas contagens começaram a divergir, e a apuração mais rápida, que indicava que haveria um segundo turno, foi suspensa.
Desde que Evo ganhou, a oposição tem ido às ruas em protestos. A polícia parou de reprimir as manifestações, e houve motins em quartéis do país.
Na sexta (8) e no sábado (9) policiais bolivianos se amotinaram. O governo respondeu com um comunicado no qual denunciava um plano de golpe de estado.
Fonte: G1
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