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Centenas de pessoas foram às ruas em Porto Príncipe nesta quinta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, para protestar contra o aumento de sequestros por gangues no Haiti. Os manifestantes suspeitam que haja ligação entre os sequestradores e o governo.
“Em 2020, o fato de termos que protestar para exigir nosso direito de viver, de viver decentemente, é doloroso”, disse Vélina Charlier à AFP no início do evento.
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“Há anos que dizemos que estamos no caminho da ditadura e que a forma como este governo instaura o regime de terror é aliando-se a bandidos: é o que está acontecendo”, acrescentou o ativista do movimento anticorrupção Nou Pap Domi.
Médicos, camelôs, músicos, estudantes e gente de diversas profissões e classes socioeconômicas foram vítimas dos sequestros. As ações criminosas são feitas por gangues armadas, que prevalecem principalmente na capital, mas também nas cidades do interior.
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“Hoje, as pessoas têm medo de sair às ruas. As gangues nos tiraram o país, não podemos mais nos mover livremente: é terror em toda parte”, disse Fabienne Anty, uma ativista feminista que participou da marcha pacífica em Porto Príncipe.
Atos também contra o governo
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Os opositores do presidente Jovenel Moisés barricaram pneus em chamas enquanto gritavam, ironizando: “Aqui estamos nós, os terroristas.”
O gesto é uma reação direta a um dos muitos decretos recentemente assinados pelo presidente, omnipotente desde que o Parlamento foi destituído em janeiro de 2020.
O texto reclassifica diversos crimes e contravenções como atos terroristas, como, por exemplo, reduzir a liberdade de circulação nas vias públicas, com pena de 30 a 50 anos de reclusão e multa de 2 milhões a 200 milhões de gourdes (ou seja, a até mais de R$ 14 milhões).
“Parece que o presidente e sua equipe estão armados com instrumentos pseudo-legais para suprimir manifestações antigovernamentais”, disse Marie-Rosy Auguste Ducena, da rede nacional de direitos humanos.
Fonte: Yahoo!