27 de dezembro, 2024

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Centenas de migrantes retornam ao Iraque procedentes de Belarus

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Centenas de iraquianos voltaram para casa nesta quinta-feira (18) em um voo de Belarus, enquanto a Polônia deteve dezenas de migrantes que cruzaram sua fronteira, em meio a uma crise que os países ocidentais atribuem ao governo bielorrusso.

Os governos europeus acusam o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, de atrair milhares de migrantes – muitos deles curdos iraquianos – para a fronteira em retaliação às sanções impostas contra a ex-república soviética.

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Nesta quinta-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, alertou que as “tentativas” de Belarus de “transformar a imigração em uma arma devem parar”.

“Temos autoridades para, se for necessário, acrescentar sanções”, destacou.

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Mas tanto Lukashenko quanto seu aliado, o presidente russo, Vladimir Putin, rejeitaram as acusações e criticaram a União Europeia por rejeitar os migrantes, que estão em uma situação humanitária deplorável, acampados na fronteira entre Belarus e a Polônia.

As ONGs dizem que pelo menos 11 migrantes morreram desde o início da crise.

Socorristas poloneses relataram nesta quinta-feira que ajudaram um casal sírio que estava na floresta há um mês e meio. “Seu filho de um ano morreu na floresta”, afirmou o Centro Polonês de Ajuda Internacional (PCPM) no Twitter.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, pediu o fim desta “desumanidade”. “É de partir o coração ver uma criança morrer de frio às portas da União Europeia”, tuitou.

Esta semana, a chanceler alemã, Angela Merkel, falou duas vezes por telefone com Lukashenko, no primeiro contato telefônico do líder bielorrusso com um líder ocidental desde as eleições do ano passado, salpicadas por acusações de fraude e que deram lugar a um importante movimento de protesto reprimido duramente.

Um dia depois da segunda ligação entre os dois líderes, o primeiro voo de repatriação pousou no Iraque, informou um porta-voz do governo da região autônoma do Curdistão, de onde veio um bom número de migrantes iraquianos repatriados.

Havia 431 pessoas no voo, segundo a agência russa Interfax e o porta-voz do governo curdo.

Desinformação

Por sua vez, a porta-voz da presidente bielorrussa Natalia Eismont disse nesta quinta-feira que há atualmente cerca de 7 mil migrantes no país.

Segundo ela, seu país administrará o repatriamento de 5 mil deles, e a chanceler Angela Merkel vai negociar com a União Europeia (UE) um corredor humanitário para evacuar os 2 mil restantes para a Alemanha.

Mas o governo alemão negou ter chegado a qualquer acordo com Lukashenko sobre a possibilidade de abrir esse corredor.

De Varsóvia, o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, disse que esta afirmação era “desinformação” e enfatizou que a Alemanha “apoia” a Polônia na crise.

Seu homólogo polonês, Mariusz Kaminski, observou que Varsóvia havia advertido Belarus que, se a crise “não se estabilizar até domingo”, a Polônia cortará o tráfego ferroviário com Belarus.

200 migrantes detidos

Em relação ao incidente noturno na fronteira, o Ministério da Defesa polonês explicou no Twitter que as forças bielorrussas primeiro realizaram um reconhecimento do local e que “muito provavelmente” provocaram danos à cerca que marca a fronteira.

“Então, os bielorrussos forçaram os migrantes a atirar pedras nos soldados poloneses para desviar sua atenção, enquanto a algumas centenas de metros dali acontecia a tentativa de travessia”, explicou. “Forças bielorrussas lideraram o ataque”, acrescentou o Ministério.

De acordo com a guarda de fronteira, cerca de 500 migrantes tentaram entrar em território polonês e 200 deles foram detidos. A fonte disse que uma família de cinco pessoas, incluindo três crianças com idades entre sete e nove, ficou ferida e foi levada ao hospital.

Campanha agressiva

Um vídeo divulgado pelo Ministério mostra soldados poloneses cercando um grupo de pessoas em uma área arborizada no meio da noite perto da cerca.

O incidente não pôde ser verificado de forma independente porque jornalistas foram banidos da área de fronteira na Polônia.

Diante da escalada, os membros do G7 pediram nesta quinta-feira “ao regime (de Belarus) que acabe imediatamente com sua campanha agressiva (…) para evitar novas mortes e mais sofrimento”.

O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, visitará uma base militar no nordeste da Polônia que abriga um grupo de combate da Otan.

Espera-se que um esquadrão de engenheiros militares britânicos chegue à Polônia no final deste mês para ajudar a colocar cercas na fronteira, disse o ministro da Defesa polonês, Mariusz Blaszczak.

O presidente francês, Emmanuel Macron, que conversou por telefone com o colega polonês, Andrzej Duda, e com o primeiro-ministro Morawiecki, reafirmou a “necessidade da Europa de manter a pressão sobre Alexander Lukashenko” para “por fim a esta instrumentalização, que põe em risco muita gente”.

Fonte: Yahoo!

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