17 de novembro, 2024

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Canadá reconhece como ato terrorista assassinato de família muçulmana

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O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reconheceu nesta terça-feira (8) como ato terrorista o assassinato de quatro membros de uma família muçulmana durante o fim de semana.

Um canadense de 20 anos atropelou e matou duas mulheres, um homem e uma adolescente que aguardavam para atravessar a rua em uma calçada na cidade de London, a 180 km de Toronto.

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Após o ataque, Trudeau prometeu aumentar o controle e vigilância dos serviços de segurança nacional para desmantelar os grupos de extrema direita.

“Este foi um ataque terrorista no coração de uma de nossas comunidades”, disse Trudeau. “Continuaremos a lutar para desmantelar grupos de ódio de extrema direita.”

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Mulher presta homenagem a família muçulmana morta durante atentado de extremista no Canadá em foto de 8 de junho de 2021 — Foto: Carlos Osorio/Reuters
Mulher presta homenagem a família muçulmana morta durante atentado de extremista no Canadá (Foto: Reprodução)

Atropelamento em London

No domingo (6), Nathaniel Veltman de 20 anos, foi preso após subir na calçada e atropelar cinco membros da família Afzaal. Ele fugiu do local do crime.

No dia seguinte, as autoridades de Ontário denunciaram Veltman com quatro acusações de homicídio doloso, quando há a intenção de matar, e uma tentativa de homicídio – uma criança está hospitalizada.

Os policiais de London acreditam que o crime foi premeditado e que teve como motivação o ódio e intolerância religiosa.

“Temos evidências de que este foi um ato planejado, premeditado, por razões de ódio”, disse em entrevista coletiva o investigador da polícia, Paul Wright. “Acreditamos que as vítimas foram atacadas por serem muçulmanas”.

Polícia canadense investiga atentado contra família muçulmana no Canadá, em foto de 7 de junho de 2021 — Foto: Geoff Robins/The Canadian Press/AP
Polícia canadense investiga atentado contra família muçulmana no Canadá, em foto de 7 de junho de 2021 (Foto: Reprodução)

Quem são as vítimas?

As vítimas do ataque pertenciam todas à mesma família.

  • Salman Afzaal, homem de 46 anos, pai e fisioterapeuta
  • Madiha Afzaal, mulher de 44 anos, mãe e doutoranda em engenharia
  • Yumna Afzaal, adolescente de 15 anos, filha e estudante do nono ano
  • mãe de Salman, de 74 anos, não teve seu nome revelado

Segundo um porta-voz da família, o caçula, Fayez Afzaal, de 9 anos, sobreviveu ao ataque mas está se recuperando de ferimentos graves.

Jovens fazem homenagem à família morta no domingo em ato terrorista de extrema direita no Canadá. Foto de 8 de junho de 2021 — Foto: Carlos Osorio/Reuters
Jovens fazem homenagem à família morta no domingo em ato terrorista de extrema direita no Canadá (Foto: Reprodução)

Aumento da vigilância

Em uma sessão do parlamento canadense, o premiê pediu um minuto de silêncio pela memória da família Afzaal e afirmou que vai fortalecer a luta contra os grupos extremistas no país.

“Continuaremos a lutar contra o ódio online e offline, inclusive tomando mais medidas para desmantelar grupos de ódio de extrema direita”, disse Trudeau.

O primeiro-ministro citou também as ações de seu governo tomadas contra o grupo extremista americano Proud Boys, adicionando à lista de terroristas.

Trudeau prometeu também continuar financiando iniciativas que protegem escolas e templos em comunidades ameaçadas com Security Infrastructure Program (Programa de Segurança e Infra-estrutura, em inglês).

“Vamos continuar fazendo de tudo para manter as comunidades em segurança”, disse o premiê.

Ataques anteriores

O ato contra a família Afzaal reacendeu a memória de recentes atos de violência motivados pelo ódio e intolerância religiosa no país.

Em janeiro de 2017, um tiroteio dentro de uma mesquita matou 6 pessoas e deixou outras 8 feridas no Quebec. Cerca de 40 pessoas rezavam no local que foi invadido por homens fortemente armados.

No ano seguinte, um ataque com uma van em Toronto matou 10 pessoas. O assassino, que foi do Exército canadense, integrava uma comunidade online chamada “celibato involuntário” de caráter machista e misógino.

Policiais são vistos no local e um ataque em Toronto, no Canadá em fotode 2018 — Foto: Cole burston/AFP/Arquivo
Policiais são vistos no local e um ataque em Toronto, no Canadá em 2018 (Foto: Reprodução)

Extrema direita no Canadá

Trudeau prometeu aumentar vigilância sobre extremistas de direita e desmantelar grupos que ofereçam riscos à comunidade canadense.

Ele citou, por exemplo, que poderá fazer com que grupos deste tipo tenham o mesmo fim que o extremista americano Proud Boys, que foi colocado neste ano na lista de grupos terroristas.

A organização é apontada como uma das responsáveis pela invasão do Congresso dos Estados Unidos, no início de janeiro.

 Enrique Tarrio em protestos dos Proud Boys em dezembro de 2020 — Foto: Jim Urquhart/Reuters
Enrique Tarrio em protestos dos Proud Boys em dezembro de 2020 (Foto: Reprodução)

Com a classificação, a entidade fica ao lado de grupos como Al-Qaeda, Estado Islâmico e Al-Shabab. Atualmente o Canadá mantém uma lista com 73 grupos terroristas, que é constantemente atualizada.

Uma vez considerado um grupo terrorista, ficam vetadas quaisquer negociações ou financiamento entre pessoas, entidades e bancos no Canadá – e caso a medida não seja cumprida, o país pode aplicar sanções com “consequências significantes”.

Fonte: Yahoo!

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