Brasil se destaca entre países que enfrentam condições difíceis, diz FMI

A economia da América Latina e do Caribe deve “encolher” 0,5% – mas a situação será pior em alguns países. Segundo o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, a previsão de crescimento varia muito dentro da região. Entre os países onde as condições mais difíceis estão concentradas, no entanto, o Brasil se destaca.

“Nós temos alguns países onde as condições mais difíceis estão concentradas, e acho que entre eles o Brasil se destaca ultimamente”, afirmou ele, em Washington.

“O Brasil está passando por uma das recessões mais profundas de sua história, pela combinação de erros de política, fragilidades macroeconômicas e incertezas políticas”, afirmou.

Segundo Werner, a dinâmica da dívida pública teve um papel importante no colapso da confiança dos consumidores e das empresas, e as perspectivas só ficarão mais otimistas quando essas incertezas forem resolvidas e as preocupações fiscais forem encaminhadas.

Falando sobre a região, ele afirmou que “na atual conjuntura, o desafio mais importante é o fiscal (…). Achamos que todos os países da região devem trabalhar pela consolidação fiscal e para fazer superávit”, disse Werner.

O representante do FMI apontou que, enquanto a economia global ainda está lutando, muitas economias na América Latina e no Caribe estão enfrentando um mundo mais difícil que há alguns anos.

Segundo ele, na América do Sul, houve uma perda de ritmo mais profunda. Já na América do Sul, México e Caribe, a maioria dos países se beneficiou da queda dos preços do petróleo. Então nessa sub-região o crescimento está se acelerando um pouco. “As notícias não são totalmente ruins”, afirmou.

“Na América do Sul, onde a desaceleração está concentrada, é importante mencionar que nos países da América do Sul a maioria dos países está lidando com preços mais baixos das commodities de forma ordenada”. Segundo ele, no entanto, o crescimento da China deve perder mais força este ano, forçando mais ajuste na região este ano.

Para ele, o desafio mais importante para os países da região, em termos de política, é criar fundamentos para um crescimento que dependa menos de um ambiente externo favorável.

Fonte: G1