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O Brasil dominou o Campeonato Pan-Americano de ginástica artística. Nesta sexta-feira, os brasileiros conquistaram 12 medalhas, sendo seis ouros, quatro pratas e dois bronzes. Flávia Saraiva (dois ouros e uma prata) e Caio Souza (dois ouros, duas pratas e um bronze) foram os destaques do dia, campeões do individual geral. Rebeca Andrade (um ouro e uma prata) e Arthur Zanetti (um ouro) também subiram no lugar mais alto do pódio. Arthur Nory completou a lista de medalhistas no Rio de Janeiro com um bronze.
Os resultados individuais refletiram no bom desempenho das equipes brasileiras. O país se classificou para o Mundial de Liverpool tanto no masculino como no feminino. Entre as mulheres, Rebeca e Flavinha, junto com Júlia Soares, Christal Bezerra e Carolyne Pedro, somaram 161,967 pontos e superaram os Estados Unidos (160,466) para acabar a classificatória por equipes na primeira posição. Entre os homens, Caio, Zanetti e Nory, junto com Diogo Soares e Lucas Bitencourt, somaram 244,201 pontos e só ficaram atrás dos Estados Unidos (250,035). O Brasil ainda disputa as finais por equipes do Pan do Rio neste domingo.
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As medalhas do Brasil
Flávia Saraiva mostrou que está recuperada da cirurgia no tornozelo e brilhou em todos os aparelhos. Mesmo nas barras assimétricas, seu ponto fraco, apresentou uma série com maior dificuldade (13,533 pontos). Foi bem no seu salto (14,100). O título no individual geral foi selado depois do ouro na trave (14,433) e da prata no solo (13,333). A ginasta somou 55,399 pontos, deixando para trás as americanas Lexi Zeiss (54,199) e Skye Blakely (52,933).
– É uma conquista muito grande. Estou feliz de estar aqui e ter representado meu país da melhor forma. Só consegui me apresentar dessa forma porque tive uma equipe. As meninas me ajudaram muito a chegar até aqui. É um trabalho em conjunto. A medalha é para todas nós – disse Flavinha.
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Rebeca teve as duas melhores notas da competição feminina. Nas barras, aparelho em que é atual vice-campeã mundial, foi ouro com 14,967. No salto, em que é campeã olímpica e mundial, conseguiu 14,500 pontos, mas ficou fora do pódio por não apresentar um segundo salto – a nota foi válida apenas para a disputa por equipe. Rebeca ainda levou a prata da trave (14,067), atrás apenas de Flavinha.
– Acho que não fui perfeita, mas não reclamo das minhas séries. Foi o melhor que pude fazer. Estou muito feliz com minha apresentação. Consegui fazer a saída da trave, que é uma coisa nova, que me deixa um pouco mais nervosa para fazer – disse Rebeca.
Caio Souza foi o maior medalhista da competição. Ele saiu com cinco pódios. Sagrou-se tricampeão pan-americano do individual geral somando 83,033 pontos, à frente do americano Yul Moldauer (81,767) e do canadense Felix Dolci (79,333). Caio também foi ouro no salto, com 14,833 pontos. Foi prata nas argolas (14,267) e na barra fixa (13,967), além de bronze nas barras paralelas (14,233).
O campeão olímpico, Arthur Zanetti completou a lista de ouros do Brasil com o título das argolas, puxando a dobradinha com Caio (14,467). Campeão mundial da barra fixa em 2019, Arthur Nory também dividiu o pódio com Caio no aparelho, ficando com o bronze (13,800).
A competição feminina
Na última subdivisão, as brasileiras entrando em ação sabendo que precisavam passar dos 143,465 pontos da Colômbia para garantir uma vaga no Mundial sem depender dos resultados das adversárias que também se apresentariam no encerramento da disputa feminina: Canadá, Argentina e México. O Brasil, porém, viu que poderia brigar até com as americanas, líderes e confirmadas em Liverpool.
Campeã olímpica e mundial do salto, Rebeca não apresentou seus principais saltos. Fez um Yurchenko com dupla pirueta (DTY) quase perfeito e conseguiu 14,500 pontos. Flavinha também acertou seu DTY e tirou 14,100. Com 13,167 de Carol, o Brasil somou 41,767 pontos e superou em oito décimos as americanas.
Nas barras, aparelho que sempre foi o Calcanhar de Aquiles do Brasil, Carol e Júlia tiveram uma queda. A recuperação começou com uma boa série de Flavinha (13,533) e uma excelente exibição de Rebeca. Vice-campeã mundial do aparelho, ela praticamente cravou e recebeu 14,967 pontos, garantindo o ouro no aparelho e a maior nota de toda a competição feminina. Com 39,967 pontos, o Brasil seguiu firme em busca da vaga para o Mundial apesar das quedas.
O Brasil brilhou na trave. Depois de uma queda de Carol, as três melhores apresentações no aparelho. Júlia (13,667), Rebeca (14,067) e Flavinha (14,433). Não fosse pelo limite de duas ginastas por país no pódio, só daria Brasil na trave. Com a dobradinha de ouro para Flávia e prata para Rebeca, as brasileiras somaram 42,167 pontos na trave, mais quatro acima dos EUA, que tiveram três quedas no aparelho.
Sem o Baile de Favela de Rebeca Andrade, que poupou o joelho operado pela terceira vez em 2019, o Brasil contou com boas apresentações de Júlia e Carol. Mas foi Flavinha que brilhou novamente para selar seu ouro no individual geral com uma coreografia de músicas brasileiras que lhe rendeu 13,333 pontos e a prata do aparelho. Somando 38,066 pontos no solo, o Brasil ficou quase dois pontos atrás dos EUA no aparelho, mas ainda manteve a vantagem conquistada na trave e acabou a competição na primeira posição, confirmando a vaga no Mundial. Canadá, Argentina e México também se classificaram para o torneio de Liverpool.
A competição masculina
Fechando o dia, a equipe masculina do Brasil entrou em ação com a meta de passar os 233,767 da Colômbia para garantir uma das quatro vagas no Mundial independentemente do resultado do México, que também se apresentou no fechamento da competição. Os brasileiros começaram nas argolas e já dispararam para a liderança graças a Caio (14,267) e Zanetti (14,467). Foram as duas maiores notas das argolas, garantindo uma dobradinha para o Brasil. Com 13,167 de Lucas, os brasileiros somaram 41,901 pontos no aparelho, um a mais que os EUA.
O Brasil voou no salto. Lucas (dupla e meia pirueta) e Diogo (dupla pirueta) conseguiram a mesma nota: 14,333. Zanetti fez dois saltos na tentativa de beliscar um pódio, acertou o primeiro (14,367), mas pisou fora da área de pouso no segundo. Finalista olímpico do aparelho, Caio brilhou. Ele praticamente cravou dois saltos de grande dificuldade (tripla pirueta e Dragulescu) e tirou 14,833 nos dois voos, um resultado que lhe garantiu o ouro. Somando 43,533 pontos, o Brasil ficou menos de sete décimos atrás dos americanos no aparelho.
Nas barras paralelas, o Brasil manteve o bom desempenho, com boas séries de Lucas (13,667), Diogo (13,600) e Nory (13,667). Finalista do aparelho no último Mundial, Caio celebrou a apresentação e os 14,233 pontos que lhe renderam o bronze. Somando 41,567 pontos, os brasileiros ficaram dois pontos atrás dos americanos, que brilharam no aparelho, mas continuaram muito bem na busca pela vaga no Mundial.
O show brasileiro seguiu na barra fixa. Diogo conseguiu 13,433 pontos. Caio fez uma série de alto valor de dificuldade e foi recompensado com 13,967 pontos que lhe renderam a prata. Campeão mundial do aparelho em 2019, Nory optou por não realizar sua prova mais difícil e investir em boa execução. Ele vibrou ao concluir a série sem erros e receber 13,800 pontos que o levaram ao bronze. Somando 41,200 pontos, o Brasil foi 1,1 ponto melhor que os EUA.
O Brasil teve dificuldade para cravar as acrobacias no solo, mas evitou as quedas e conseguiu boas notas com Lucas (13,800), Caio (13,700) e Diogo (13,667). Somando 41,167 pontos, o Brasil ficou quase 1,5 ponto atrás dos EUA.
O cavalo com alças, ponto fraco do Brasil, foi o único aparelho com falhas graves. Lucas teve problemas na saída (10,533). Caio quase sofreu uma queda também na saída (12,033). Só Nory passou sem grandes erros (12,267). Somando 34,833 pontos, o Brasil viu os EUA arrancarem para a liderança com quatro pontos de diferença no cavalo com alças. Nada que ameaçasse a segunda posição e a vaga no Mundial.
Programação do Pan
Domingo (17/07)
10h – 11h40 – Final por equipes femininas (sportv e TV Globo)
16h – 19h20 – Final por equipes masculinas (sportv 2)
Fonte: G1