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O sistema de saúde de Botucatu pode entrar em colapso em, no máximo, duas semanas, caso o índice de infecção da covid-19 se mantiver em mais de 500 casos por semana. É o que previu o Secretário Municipal de Saúde, André Spadaro, durante boletim oficial emitido pelo Poder Público na noite de domingo, 24 de janeiro.
Segundo ele, este é o momento mais crítico da pandemia desde seu início em Botucatu, em março do ano passado. Nos 25 primeiros dias de janeiro foram 1.526 botucatuenses infectados com o novo coronavírus. A quantidade de pessoas em quarentena domiciliar obrigatória que passou de 196 para 515 em menos de 24 dias. O número de mortos também teve aumento expressivo, de doze botucatuenses vitimados, com total de 70 óbitos. A taxa de letalidade no município é de 1,3%, abaixo da média estadual, que está em 3%. Mesmo assim, é a 52ª cidade paulista com maior número de casos.
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“Atravessamos o momento de maior transmissão em diferentes regiões do estado. Infelizmente a adesão da população, de um modo geral, aos protocolos sanitários e medidas de prevenção caíram consideravelmente”, disse o secretário. “Em Botucatu registramos em janeiro, mais de 500 casos positivos de covid-19 a cada semana. A potencial queda no número de casos após as festas de final de ano não se confirmou e seguimos com os níveis de transmissão mais elevados desde o nível da pandemia”, completa Spadaro.
O gestor reafirma que a situação tem provocado saturação do sistema de saúde em Botucatu. Ao menos em três oportunidades o Hospital das Clínicas (HCFMB), referenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), atingiu a total capacidade de internações em suas unidades de terapia intensiva (UTI). Fato que levou a solicitação de mais seis leitos, voltando a 30 vagas. Mesmo assim, os índices sempre se mantiveram acima dos 90%. Já a rede privada, com dez leitos em UTI.
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Situação fez com que autoridades de Botucatu fossem até São Paulo para tentar reativar leitos no Hospital Estadual Botucatu, que desde dezembro está inoperante. A Prefeitura também modificou o atendimento em âmbito primário, estabelecendo as Unidades Básicas de Saúde como polos para exames e assistência inicial. Além disso, reforçou convênio com a rede privada para recebimento de munícipes em tratamento.
“Com o número expressivo de numero de casos, aumenta a quantidade de pessoas que necessitam de internação, principalmente de UTI, o que fez com que Botucatu atingisse níveis alarmantes. Torna-se imprescindível reduzir a transmissão”, salienta Spadaro.
Para ele, mesmo com a estrutura para assistência ainda suportar a alta demanda, lembra que o Hospital das Clínicas, por exemplo, recebe pacientes de todo o interior paulista. Na segunda-feira, 25 de janeiro, 65 pessoas estavam internadas na unidade, entre UTI e enfermaria. “Apesar de toda a estrutura diferenciada, se continuarmos a registrar esse patamar, essa capacidade pode entrar em colapso em uma ou duas semanas. Podemos assistir a cenas lamentáveis de cidadãos com dificuldades em obter leitos hospitalares e receber o atendimento que precisam”, ressalta o secretário.
Por causa dessa situação, o governo paulista reclassificou o Departamento Regional de Saúde VI- Bauru (a qual Botucatu e cidades do entorno fazem parte) para a Fase 1 (Vermelha) do Plano SP de combate à pandemia. Com isso, as atividades econômicas estão mais restritivas, sendo que somente as consideradas essenciais têm permissão de funcionamento. Esta determinação está respaldada por um decreto municipal emitido na noite de domingo, 24.
Por Flávio Fogueral