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Passado exato um ano da primeira morte por Covid-19 em Botucatu, a Cidade vivencia seu maior período de letalidade da doença, conforme registros oficiais das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde. Em doze meses foram 165 óbitos, sendo que o acumulado de janeiro de 2021 até março deste ano representa 64,84% do total.
Nos três primeiros meses de 2021 houve o acumulado de 98 óbitos registrados, com maior predominância em março, quando ocorreram 53 óbitos, seguido por fevereiro, com 24 mortes, e janeiro com 21 mortes. Até esta quinta-feira, 8, foram confirmadas oito mortes em abril.
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Durante reunião pública do Conselho Municipal de Saúde (CMS) e transmitida via internet na quarta-feira, 7 de abril, o ex-prefeito e ex-secretário de Saúde, o professor da Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp, Antonio Luiz Caldas Júnior, demonstrou o crescimento das ocorrências de óbitos em 2020 e no primeiro trimestre deste ano.
Conforme ilustrado pelo médico e professor, a média registrada em Botucatu no acumulado de 2020 foi de 39,2 óbitos por 100 mil habitantes. Bem inferior ao identificado no Estado, que foi de 104,7 por 100 mil pessoas no ano passado.
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Já em 2021 a situação em Botucatu piorou. De janeiro a março Botucatu obteve média de 66,2 contra 62,6 mortes a cada 100 mil no Estado de São Paulo. A fonte de pesquisa foi a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).
“Botucatu é um exemplo no controle da doença pela excelência do serviço da saúde. Letalidade baixa, central Covid. Mas infelizmente a partir de novembro houve um afrouxamento das medidas de controle. Vimos que as pessoas não usavam mais as máscaras nos bairros, festas, aglomerações para todos os lados. Isso provocou a explosão de casos na Cidade, saindo da faixa de 120 para 500 casos semanais. Isso foi alertado por especialistas. O comparativo de mortes registradas em Botucatu está acima da média do Estado, infelizmente. Com essa avalanche de casos, certamente teremos internação e mortes”, ilustrou Caldas durante a fala na reunião do Conselho.
Os meses com menores índices de mortes em Botucatu foram novembro e abril de 2020 – início dos registros de óbitos – com dois casos, respectivamente. Nos demais meses do ano passado, os números registrados foram: dezembro (5), outubro (7), setembro (11), agosto (6), julho (11), junho (8) e maio (3).
Com isso, a taxa de letalidade de Botucatu nos últimos 12 meses passa a ser de 1,6%, onde é mais prevalente no público masculino (1,9%) do que no feminino (1,3%). O índice alcançado pelo município apresenta média inferior ao do Estado, que é de 3,1%, mas que mantém a mesma distribuição por gênero, onde homens (3,9%) são mais afetados que mulheres (2,5%). Este índice é definido como a proporção do número de óbitos decorrentes de uma doença e o número de enfermos da mesma, calculada ao longo de um período de tempo determinado.
O total acumulado de óbitos em Botucatu, devido ao novo coronavírus, mostra que 90 homens morreram (55%) frente a 74 mulheres (45%). Todas as mortes ocorridas em Botucatu, durante a pandemia, representam 0,20% do total registrado no Estado, que é de 80.742.
Desde o início da pandemia, os óbitos, em Botucatu, foram mais prevalentes em pessoas de 70 a 79 anos (28,5%), 60 a 69 anos (22,4%), 80 a 89 anos (19,4%), 40 a 49 anos (10,9%), 50 a 59 anos (10,3%), 90 anos ou mais (4,2%), 30 a 39 anos (3,6%), e de 20 a 29 anos (0,6%).
A evolução das mortes em Botucatu, por mês:
- 08-04 – total de 165 mortes de botucatuenses
- 31-03- 156 mortes
- 1º/03-103 mortes
- 28/02- 103 mortes
- 1º/02- 79 mortes
- 31/01- 79 mortes
- 1º/01- 58 mortes
- 31/12- 58 mortes
- 1º/12- 53 mortes
- 30/11- 53 mortes
- 1º/11- 51 mortes
- 31/10- 50 mortes
- 1º/10- 43 mortes
- 30/09- 43 mortes
- 1º/09- 32 mortes
- 31/08- 32 mortes
- 1º/08- 26 mortes
- 31/07- 26 mortes
- 1º/07- 15 mortes
- 30/06- 15 mortes
- 1º/06- 7 mortes
- 31/05- 7 mortes
- 1º/05- 4 mortes
- 30/04- 4 mortes
- Primeira morte em Botucatu ocorreu dia 7 de abril de 2020
Flávio Fogueral – Jornal Leia Notícias