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Com a confirmação de que o Brasil possui casos de coronavírus do tipo Covid-19, diversos protocolos foram estabelecidos pelo Ministério da Saúde em parceria com as secretarias de Estado. Unidade da federação com maior incidência (até o momento são sete casos confirmados e mais 185 suspeitos), São Paulo mantém unidades de assistência e plano para contingenciamento e controle de um possível surto.
Em São Paulo foi criada uma rede de assistência e controle da doença, com a inclusão de hospitais e centros de pesquisas que auxiliarão no mapeamento dos casos confirmados, assistência e estudos clínicos. O Hospital das Clínicas de Botucatu (HCFMB), autarquia da Secretaria de Estado da Saúde, integra esta rede e já recebe casos suspeitos para primeira assistência e controle. Um ambulatório, ainda em fase de estruturação e que será ativado a partir de segunda-feira, 9 de março, terá destinação exclusiva para receber pessoas com sintomas e que foram referenciadas pelo sistema básico de saúde.
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Durante coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira, 5 de março, foram apresentados pontos como logística de atendimento, informações quanto a protocolos de casos suspeitos, bem como, outros pontos. Compuseram a mesa o superintendente do HC, André Balbi, a diretora de assistência, Érica Ortolan, o chefe do serviço de infectologia, Alexandre Naime Barbosa, Letícia Lastória, coordenadora do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia, Sebastião Pires, vice-coordenador do serviço de epidemiologia do HC. Também fez parte das explanações o infectologista Carlos Magno Fortaleza, membro do Plano de Contingenciamento do vírus no Estado. “Estamos mobilizados para receber os pacientes que demonstrem algum tipo de suspeita do Covid-19. Nossas equipes médicas e de enfermagem têm recebido orientação quanto ao atendimento às pessoas que venham a apresentar os sintomas. Os atendimentos serão claros e transparentes”, citou o superintendente do HC, André Balbi.
O Covid-19 é uma variação de coronavírus, que são famílias de doenças respiratórias. A transmissão ocorre por meio respiratório, além do contato com catarro, gotículas de saliva, ou mesmo em pessoas e objetos contaminados. Os principais sintomas incidentes são: tosse, febre e coriza, bem como, dificuldade para respirar. O período de incubação é de 14 dias, caso haja o contato com uma pessoa infectada.
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O quadro pode variar de leve a moderado, semelhante a uma gripe. Alguns casos podem ser mais graves, por exemplo, em pessoas que já possuem outras doenças. Nessas situações pode ocorrer síndrome respiratória aguda grave e complicações. Em casos extremos, pode levar a óbito.
As tratativas do combate ao possível aumento dos casos de coronavírus ocorreram no início da semana em São Paulo, reunindo instituições que integram o Plano de Contingência do Covid-19. Segundo Fortaleza, os protocolos estabelecidos dias antes em Botucatu estão em consonância com os estabelecidos pelo Ministério da Saúde e governo do Estado. “Estive na terça-feira, 3 de março, na primeira reunião deste grupo e o que impressionou é que a discussão que tivemos em SP foi o mesmo que tivemos no dia anterior no HC. Isso mostra que estamos na direção correta de proteção da comunidade e avaliação de uma emergência epidemiológica”, frisou Fortaleza.
Já a diretora de assistência do HC, Érica Ortolan, frisou que as equipes médicas e de enfermagem já estão recebendo atualizações quanto a doença, bem como, os procedimentos a serem adotados no recebimento de casos suspeitos (Botucatu teve dois casos suspeitos, sendo um descartado), bem como, no futuro atendimento em possibilidade de confirmação do caso. “Temos enfoque inicial nos profissionais do Pronto Socorro, mas todos os médicos têm acesso às informações do fluxo de atendimento do encaminhamento desses pacientes”, ressaltou. “Importante destacar que há as definições do que é um paciente suspeito, pois todas as gripes ainda existem”, reforça.
Quanto ao ambulatório a ser criado, a sequência de atendimento se mantém, com o paciente procurando a Unidade Básica de Saúde, onde será feita a triagem para possível caso a ser analisado. “A dinâmica será mantida, com o paciente procurando a Unidade Básica de Saúde. Se no caso suspeito for confirmado algum tipo de gravidade, ele será encaminhado direto ao referenciado, que é o HC. Se ele não tiver caso grave, será encaminhado a esta sala de triagem. É um espaço fora do hospital, onde receberão os primeiros cuidados e mais avaliações, bem como, o monitoramento. Não é necessário pânico neste momento”, salientou Érica Ortolan.
Flávio Fogueral – Jornal Leia Notícias