Botucatu: Enfermeira se aposenta no HC e deixa carta para reflexão: “Quando a Enfermagem Morre?”

Quando um ciclo profissional se encerra, muitas pessoas costumam fazer um balanço de sua trajetória e refletir sobre o legado deixado para as gerações que ainda continuam no trabalho.

A Personagem HC desta semana já não está mais ativa na linha de frente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), mas fez questão de deixar, por escrito, o seu aprendizado de mais de 30 anos na área da Enfermagem, para inspirar os profissionais de hoje e de amanhã, principalmente nesta semana em que a “mais bela das artes” é celebrada, sendo o Dia da Enfermagem lembrado nesta quinta-feira, 12 de maio.

Em 1986, a trajetória da técnica de Enfermagem aposentada Adriana Aparecida Camargo de Souza se iniciou no HCFMB como atendente de Enfermagem na Pediatria, permanecendo no setor por 9 anos. “Fiz parte também da primeira turma do curso de Auxiliar de Enfermagem, oferecido aos funcionários da Instituição que queriam subir de função. Depois, fui convidada para trabalhar no PS de Pediatria e, após prestar prova de títulos para Técnico de Enfermagem na ETEC e de trabalhar um tempo na Endoscopia, voltei para a Pediatria, pois queria fazer uma faculdade”.

Depois da conclusão da faculdade de Enfermagem, da Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho e Licenciatura para Docência, Adriana foi chamada para trabalhar no Centro de Infusão de Medicamentos de Alto Custo (CIDMAC) do Hospital e participou do processo de aperfeiçoamento do setor. “Foi um desafio e tanto, mas valeu muito a pena e agradeço a todos que colaboraram neste processo. Pude me aposentar em 2019, graças a Deus, honrando tudo o que aprendi com os estudos e, principalmente, com meus amados pacientes”.

E é esse amor com os pacientes que Adriana quis deixar de ensinamento para as próximas gerações da Enfermagem do HCFMB. Com 11 tópicos, a carta, escrita há quase quatro anos juntamente com sua irmã (e também enfermeira) Angélica, falecida no início de 2022, tem o intuito de provocar reflexão e estimular a humanização nos cuidados assistenciais.

Adriana deixa um último recado para as atuais e novas gerações de profissionais da Saúde. “Nunca se esqueçam de que o paciente é o amor de alguém e que ele precisa de cuidado e carinho. Para a nova geração, a minha mensagem é: reflitam na escolha desta profissão, desta missão de cuidar. Existe um poder maior nisso: as mãos de Deus escolheram cada um para esta missão”.

Assessoria HC