05 maio, 2024

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Botucatu: Documentos históricos são encontrados jogados em entulho da demolição de casarão no centro

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Durante décadas o casarão localizado na esquina das ruas Cardoso de Almeida e Major Leônidas Cardoso foi sinônimo de cultura e registro histórico de Botucatu. O imóvel foi residência do escritor Francisco Marins (1922-2016). Além disso, sediou o Convivium Espaço Cultural Francisco Marins, espaço idealizado pelo onde saraus, reuniões culturais ocorriam para realçar a produção literária botucatuense.

Com a morte do escritor, o espaço ficou por anos fechado, sendo colocado à venda em 2019. No mês de maio teve início da demolição da estrutura. Ainda não se sabe o destino do local mas, dia após dia, marretas e picaretas desmantelam parte desta História (com H maiúsculo) mostrando que a modernidade e a especulação imobiliária se sobrepõe ao que uma Cidade produziu.

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Não somente a estrutura física tem se desmanchado, mas também parte do que foi produzido e registrado naquele espaço. Documentos, ofícios, estudos, rascunhos e fotografias estão se perdendo com o descaso e a ação implacável do tempo.

A cantora Sara Fernandes fez um relato nesta terça-feira, 18 de agosto, sobre alguns achados abandonados junto aos tijolos e entulhos. Segundo ela, recortes antigos de jornais (alguns datados de 1924), documentos, manuscritos, ofícios do escritor, pastas contendo estudos históricos de Botucatu.

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A grande maioria deste material estava molhado e colocado junto a tijolos descartados. Sara ressalta também ter encontrado um estudo denominado “Botucatu Polo de Desenvolvimento”, datilografado, carimbado e assinado, catalogado, original do artigo publicado pelo arquiteto Eugênio Monteferrante Neto em 1979, no extinto jornal A Gazeta de Botucatu.

O que mais chamou a atenção dela foi ter visto uma pasta enlameada e jogada ao chão cujo conteúdo continha detalhes para “Proposta para Criação do Centro de Documentação Histórica de Botucatu”. Os papéis, molhados, estavam datilografados e parte da tinta das anotações borravam as páginas.

Sara ressaltou que não conseguiu pegar os documentos para si. Um homem aproximou-se e começou a conversar. Contou histórias sobre os tijolos com marcações alfabéticas e pegou algumas das pastas. Ressaltou que levaria aqueles documentos para contar o que ocorreu em Botucatu à neta de oito anos.

Por Flávio Fogueral

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