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Devido a pandemia de Covid-19, a Academia Botucatuense de Letras não comemorou seu aniver-sário de 48 anos de existência, em função da maioria dos integrantes estarem em grupo de risco, por conta da idade. Mesmo assim, a tradicional entidade cultural celebrou a data com uma carta encaminhada pela presidente Carmen Silvia Martin Guimarães.
“A gente faz um plano e Deus traça outro. Assim é o ditado. Porém, neste ano de 2020, a gente fez um plano e a Covid-19 traçou outro. Tínhamos elaborado com a nossa diretoria um cronograma anual das atividades. Era só pôr em ação”, comentou a presidente. O último encontro dos acadêmi-cos da Cidade foi realizado no dia 13 de março.
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Sede – A presidente da entidade destaca, que mesmo durante a pandemia, a Academia de Letras teve grandes progressos em Botucatu, como o acordo com a Secretaria de Educação, que permitirá a entidade a retornar sua sede no Centro Cultural, local onde a entidade foi fundada em 1973. An-tes, a entidade estava abrigada na Secretaria de Educação, quando funcionava no antigo Seminário Arquidiocesano.
Mulher – Carmen Silvia é a segunda mulher a presidir a entidade. A primeira foi Maria Amélia Blasi de Toledo Pizza, ex-Secretária de Cultura, entre 2002 e 2005. Carmen Silvia lembra que a ABL, desde a sua fundação em 1972, sempre teve membros mulheres.
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“A Academia Botucatuense de Letras, desde os seus primórdios, já instituía mulheres em seu quadro, e elas foram assumindo seu espaço. Não considero a ABL uma instituição “dominada” pelos homens, mas de homens que sempre respeitaram, confiaram e indicaram mulheres para assumirem tal cargo e outros de grande importância. Trabalho lado a lado. Esse foi o ponto forte e marcante da Academia Botucatuense de Letras”, observa.
Ela cita, entre os membros do sexo feminino, que já foram ou são da entidade: Elda Moscogliato, Dinorah Silva e Alvarez, Maria José Leandro Dupré, Marina Passos, Vanice de Andrade Camargo Alves e Maria Lucia Dal Farra, entre outras.
Aliás, o último encontro no dia 13 de março foi para a posse de Adriana de Jesus Padilha, escrito-ra de Taquarituba, que entrou na ABL. Na Academia Brasileira de Letras, a primeira mulher a per-tencer a entidade foi Raquel de Queiroz, em 1977.
Importância – A Academia Botucatuense de Letras é reconhecida em Botucatu e no Estado de São Paulo pela quantidade de nomes famosos que foram e são associados, como Francisco Marins, Hernani Donato, Maria José Dupré (todos já falecidos) e Maria Lucia Dal Farra, hoje residindo no Nordeste. A entidade recebe, anualmente, a missão de ter entre os oradores oficiais no aniversário da cidade um de seus associados. Na década de 1970, três botucatuenses eram da Academia Pau-lista de Letras: Francisco Marins, Hernani Donato e Alceu Maynard de Araújo.
Em Botucatu, Carmen Silvia diz que a entidade desenvolve inúmeras atividades culturais, como incentivo àleitura e pesquisa.
São promovidos regularmente concursos literários e artísticos e há algum tempo realiza o projeto ABL vai à Escola, onde são ministradas palestras para alunos e professores, aumentando as rela-ções culturais da cidade com autores de livros e trabalhos científicos. A entidade também participa regularmente de atividades no Legislativo.
A Academia Botucatuense foi fundada por inspiração de vários nomes tradicionais da literatura, mas com a liderança do juiz aposentado Antonio Gabriel Marão, que por muitos anos foi seu presidente. Depois desse período, especialmente Francisco Marins e Hernani Donato, foram os maiores estimuladores da entidade.
Haroldo Amaral – Jornal Leia Notícias