23 de novembro, 2024

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Artigo: Os mortos não choram – Por Lourival Panhozzi

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Ninguém chora pelos mortos, choramos por nós que ficamos. A tristeza do luto está em nós, não nos que partem.

Se choramos é porque temos dificuldade de aceitar que não vamos mais ter a companhia deles (Será mesmo que não?). “Eles” (os mortos) não choram, aceitam o recomeço e seu destino, tranquilos, porque agora sabem amar de uma maneira que o egoísmo deste mundo não nos permite.

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Queremos, para nós, tudo, até de volta aqueles que ganharam o direito de morrer, choramos quando deveríamos agradecer pelo tempo que tivemos junto “deles”. O melhor período de nossas vidas não deve ser coberto pelo véu permanente da tristeza.

Quando entendermos que os mortos não enlutam, poderemos chorar sem entristecer, serão lágrimas de purificação, de aproximação e saudades, cheias de lucidez, que nos mostrarão a direção a seguir.

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O reencontro não está no passado, está à frente do nosso tempo, em um amanhã que só será revelado àqueles que usarem o amor como bússola e seguirem o norte do bem querer ao próximo. Para os demais, sair do luto custará a ocorrer. Lágrimas de tristeza não se comunicam com alegria. Lembre-se de que aqueles que partiram estão felizes, portanto, se com eles quer entrar em sintonia, e até mesmo se comunicar, deverá antes ser feliz. É somente nesta vibração que se encontrarão.

Quem pintou a morte de preto e triste estava pintando a própria tristeza, não a morte, ela é luz, uma energia cósmica que conduz o espírito entre as dimensões do universo.

A visão humana é restrita e não consegue ver além da imagem captada, pela sua mente primitiva.

Os mortos sabem porque não choram e nós choramos por não saber, mas se tivermos a consciência de que a nós também um dia será revelado o segredo, perceberemos que o verdadeiro valor desta existência está no aprendizado e não no colecionado.

Se conseguirmos atingir esta compressão, o bem morrer poderá ser a nossa maior e verdadeira conquista e, neste dia, também nós não vamos chorar.

Ninguém deve desejar a morte, tão pouco teme-la.

Quando eu morrer, podem chorar um pouco, mas não demorem em se alegrar por mim.

 

 

 *Lourival Panhozzi é empresário, Diretor Funerario – Pres. Abredif/Sefesp -, Diretor do CTAF, Sistema Prever e Solucard. 

 

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