24 de novembro, 2024

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Artigo: Cérebro Triúno – Por Dr. Francisco Habermann

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Pode parecer engraçado, mas os músicos, poetas e artistas já sabem o que os cientistas tanto procuram em nosso cérebro. Penso que os políticos também… Refiro-me aos segredos da nossa cachola – que os estudiosos chamam de encéfalo – essa máquina de evolução milenar que hoje nos domina ou nos engana no dia-a-dia. Percebemos essas nuances quando focamos nossos hábitos, por exemplo. Hábito é algo interessante e até intrigante.

A gente os tem, cultiva-os e nem os percebemos. Ficam tão arraigados em nossa rotina diária que a vida só nos parece boa se nada mudar no cotidiano. Caso mude, vem a crise e sofrimentos. O que não valorizamos são os ensinamentos advindos dessas crises. Aprendemos (ou não) com as mudanças. É nesse ponto que queria chegar. O assunto hábito tem tudo a ver com a neurofisiologia cerebral nossa, considerada desde os primórdios da evolução dos organismos vivos aqui na Terra.

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Vale recordar que a estrutura encefálica vem evoluindo desde o unicelular. Considerando os milhões de anos dessa trajetória orgânica, foram nas crises e nas modificações da rotina existencial que as alterações dos circuitos cerebrais propiciaram as necessárias modificações de hábitos.

Estudiosos da evolução histórica desta máquina dizem que ela tem três andares: o reptiliano (mais antigo, instintivo – no tronco encefálico), representando o passado; o intermediário, racional, cortical, representando o presente; e o lobo frontal – fonte superior de idealismo elevado, representando nosso futuro. Visão particularíssima sobre esse assunto é abordada no livro ‘O cérebro triúno’ dos professores Irvênia L.S. Prada, Décio Iandoli Jr e Sérgio L.S. Lopes (AME Editora, SP,2018, 561 páginas). Outros aspectos correlatos serão tratados no XV Congresso de Saúde e Espiritualidade, nos dias 10 (sábado) e 11 (domingo) próximos, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP (www.inscricoes. fmb.unesp.br), com destaque para o tema “Quando o doente ajuda o médico na  cura” (André Luiz Ruiz), no dia 11-11, domingo, às 09:00h, no mesmo local (inscrição gratuita neste dia). Nossos circuitos cerebrais necessitam serem religados aos andares superiores urgentemente. Os poetas e artistas do belo e superior já fazem isso com o pensamento. Fernando Pessoa (na voz de Alberto Caeiro) já dizia há muito tempo (‘Guardador de Rebanhos’):

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“Sou um guardador de rebanhos, / O rebanho é os meus pensamentos…” No Brasil de hoje, o tema sugere uma bela reflexão!

* Dr. Francisco Habermann é exaluno da 1ª. Turma de Medicina da FCMBB, docente aposentado da atual FMB-UNESP. Professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu

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