23 de novembro, 2024

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Após pagers, ‘walkie-talkies’ do Hezbollah explodem em Beirute e no sul do Líbano; 20 morrem

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Um dia após milhares de pagers do Hezbollah explodirem, vários “walkie-talkies” do grupo extremista também foram detonados nesta quarta-feira (18), em Beirute e no sul do Líbano. Segundo o Ministério da Saúde libanês, 20 pessoas morreram e 450 ficaram feridas. Já são 32 mortes decorrentes de explosões de dispositivos eletrônicos desde a terça.

Criados na Segunda Guerra Mundial, os “walkie-talkies” são dispositivos de troca de mensagens de voz entre si via ondas de rádio.

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A agência de notícias Associated Press afirmou que vários sistemas de energia solar de casas em Beirute também explodiram e que alguns “walkie-talkies” foram detonados durante funerais de vítimas do ataque aos pagers na terça-feira.

Houve relatos de dezenas de pequenas explosões pela capital libanesa, e várias imagens feitas pela cidade nesta manhã mostram focos de incêndio e “walkie-talkies” detonados. (Veja abaixo)

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O caso, o segundo similar em 24 horas, aumentou as tensões na região e repercutiu na Organização das Nações Unidas (ONU). O secretário-geral da ONU, Antonio Gueterres, condenou o uso de “objetos civis” como arma de guerra, e o governo libanês pediu uma reunião no Conselho de Segurança, que será realizada na sexta-feira (20).

Líbano, Irã e Hezbollah acusaram Israel, que ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem. Após o caso, no entanto, o Ministério da Defesa de Israel afirmou que o foco da guerra está mudando para o norte do país (que faz fronteira com o Líbano, onde o Hezbollah atua) e que vai concentrar tropas na região.

Aliado do Hezbollah, o Irã disse em carta enviada à ONU que Israel violou a soberania do Líbano e prometeu resposta às explosões.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento após as explosões de “walkie-talkies”. Sem mencionar nem o caso nem a explosão dos pagers, ele afirmou que vai garantir que moradores do norte de Israel realocados por conta dos conflitos com o Hezbollah, voltariam para casa.

“Eu já disse isso antes, nós retornaremos os cidadãos do norte para suas casas em segurança e é exatamente isso que faremos”, disse Netanyahu.

Walkie-talkies destruídos após explosões no Líbano, em 18 de setembro de 2024. (Foto: Telegram/ Reprodução)
Fachada de prédio em Beirute pega fogo após explosões de walkie-talkies, em 18 de setembro de 2024. (Foto: Telegram/Reprodução)
Momento de explosão de dispositivo no Líbano (Foto: Reprodução)

Fontes do governo libanês disseram à agência Reuters que os dispositivos atingidos nesta quarta também foram adquiridos há cinco meses, na mesma época em que o grupo comprou os pagers –que explodiram na terça, em um ataque coordenado que matou 12 pessoas e feriu quase 3.000.

Os pagers — dispositivos de recebimento de mensagem por texto usados nas décadas de 1980 e 1990, antes de os celulares existirem — eram usados pelo grupo extremista como forma de comunicação para evitar rastreamento por Israel, já que, ao contrário de celulares, os pagers não têm GPS.

O Hezbollah, grupo extremista fundado no Líbano, tem atacado o norte de Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023. Assim como o Hamas, o Hezbollah é financiado pelo Irã. Nas últimas semanas, as tensões entre o grupo extremista e Israel aumentaram, após um ataque do grupo a cidades israelenses no norte.

Explosão de pagers

Pagers usados pelo Hezbollah explodiram, em 17 de setembro de 2024 (Foto: Telegram/Reprodução)

As explosões dos pagers na terça-feira (17) ocorreram em um intervalo de cerca de uma hora em locais como lojas, praças e supermercados. Doze pessoas, entre elas uma menina de 4 anos, morreram, e cerca de 3.000 ficaram feridas.

O governo do Líbano e o Hezbollah acusaram Israel de ter implantado explosivos dentro dos pagers, antes mesmo de que os aparelhos fossem comprados pelo grupo extremista.

Israel não se pronunciou, e os EUA negaram terem tido qualquer participação no ataque. Mas a imprensa norte-americana afirmou, com base em fontes de diferentes governos, que o Mossad, o serviço de inteligência de Israel, foi quem planejou e executou o ataque.

Segundo o jornal “The New York Times”, a suspeita é que Israel implantou explosivos em um lote de pagers encomendado pelo Hezbollah. Os explosivos foram implantados em um chip, eram indetectáveis e tinham um algoritmo específico para serem ativados, segundo disse nesta quarta a TV libanesa Al Mayadeen.

A publicação afirmou, em reportagem na terça, que uma carga explosiva com menos de 50 gramas foi colocada próxima à bateria, junto a uma espécie de interruptor. Isso possibilitaria que os pagers fossem detonados remotamente.

Os equipamentos haviam sido importados ao Líbano da Gold Apollo, fabricante de pagers com sede em Taiwan. A Gold Apollo, no entanto, informou que os aparelhos foram fabricados por uma empresa sediada em Budapeste. Os pagers foram produzidos pela BAC Consulting KFT, sediada na capital da Hungria.

Homem mostra como ficou pager após explosão (Foto: Telegram/Reprodução)

Fonte: G1

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