18 de novembro, 2024

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Um terço dos brasileiros investe em produtos financeiros

Um terço dos brasileiros investe em produtos financeiros

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O Raio X do Investidor Brasileiro 2022, pesquisa que foi realizada pelo quinto ano consecutivo, apontou que a pandemia de Covid-19 continuou impactando no emprego e na renda dos brasileiros. Segundo o estudo, 62% dos brasileiros tiveram perda total ou parcial de renda e 54% das pessoas precisaram de dinheiro para alguma emergência. 

A pesquisa revelou que um terço dos brasileiros investe em produtos financeiros, com destaque para as classes A e B. Além disso, a poupança continua sendo o tipo de investimento mais utilizado, com aplicações de 23% da população. Entre os motivos para guardar dinheiro, 29% sonham em adquirir uma casa própria, 20% pretendem manter o dinheiro apenas guardado ou aplicá-lo e 8% querem investir no próprio negócio.

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Um estudo da B3, a bolsa de valores do Brasil, por sua vez, mostrou que entre julho de 2021 e junho de 2022, houve uma entrada de 1,25 milhão de novos investidores. Fato esse que fez a quantidade de CPFs saltar 40%, de 3,15 milhões para 4,40 milhões de pessoas.

De acordo com a criadora de conteúdo e certificada da ANCORD, Daniela Colombo, 2022 foi um ano um pouco conturbado na bolsa de valores devido à pandemia de Covid-19, que deixou como efeito colateral o risco de desaceleração da economia e colocou o Ibovespa em uma conjuntura desafiadora pela baixa das commodities.

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Para a especialista, outro ponto que também afetou foi a alta dos juros americanos. “Para combater a inflação. O título público americano – treasure – de 10 anos, negociado próximo a 1,5% ao ano em janeiro, chegou a bater os patamares de 4% ao ano em outubro. A última vez que esse título atingiu esse alto nível foi durante a crise de 2008”, explica.

Colombo ressalta que a incerteza política, o aumento das percepções de risco fiscal no Brasil e a invasão russa ao território ucraniano foram outros fatores que colaboraram para uma montanha russa na economia brasileira em 2022. “Em compensação, a renda fixa em 2022 ficou bem atrativa devido ao aumento de juros para controlar a inflação. Em 2021, o país apresentava juros na mínima recorde de 2% e encerrou o ano de 2022 com juros de 13,75%”, disse.

Expectativa para 2023

A avaliação, de acordo com os casos de análises de 2023, é que haja uma visão mais cautelosa para ações brasileiras devido aos riscos globais e domésticos. Colombo explica ainda que, com juros elevados no exterior, a palavra “inflação” vai dando espaço para “recessão”, o que pode levar a novas revisões de lucros das empresas para baixo. 

“A Europa que sofre de tensões geopolíticas, escassez no fornecimento de gás natural e EUA que encerram o ano com a taxa de juros em 4,5%, estão seguindo o mesmo caminho de alta de juros e desaceleração”, relatou.

Ainda de acordo com a criadora de conteúdo, com a reabertura da China, pode haver um aumento nos preços de commodities, o qual Brasil pode se beneficiar disso, sendo que ele se destaca na exportação de soja em grão, minério de ferro e petróleo, que respondem por 79% das vendas brasileiras para o país asiático.

“Em 2023, é possível aproveitar o alto nível de juros no Brasil através de títulos pós-fixados e atrelados à inflação (IPCA), e utilizar parte da carteira para proteção, através de ativos dolarizados, para garantir um rendimento atrativo sem adicionar no curto prazo ativos de risco”, diz. “Já na renda variável segue com cenários de incerteza devido à desaceleração mundial”.

Colombo finaliza dando dicas para o investidor iniciante, começando pela avaliação do perfil: analisar quais são seus objetivos de curto, médio e longo prazo; fazer aplicações que rendem de acordo com cenários diferentes, rendimentos atrelados a juros, inflação; estabelecer uma estratégia e os ativos em que vai investir; dar o peso certo para cada ativo.

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