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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mencionou neste sábado (10) “operações contraofensivas” de seu exército “no front”. No entanto, preferiu manter o mistério sobre o ataque que está sendo preparado há meses contra a Rússia com a ajuda de países ocidentais.
“Operações contraofensivas e de defesa estão em curso na Ucrânia, mas não entrarei em detalhes”, disse Zelensky, em coletiva de imprensa, ao lado do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que realiza uma visita a Kiev. “Eles estão todos em um estado de espírito positivo”, reiterou o líder ucraniano, referindo-se a seus generais. “Diga a Putin.”
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As declarações foram feitas após o presidente russo, Vladimir Putin, afirmar que a contraofensiva ucraniana havia começado, mas se deparava com uma sólida resistência. Segundo ele, as forças de Kiev sofreram perdas significativas e não estão conseguindo atingir seu objetivo.
Depois de elogiar, na noite de sexta-feira (9), o “heroísmo” dos soldados ucranianos envolvidos em “duros combates”, Zelensky pediu neste sábado que não se dê crédito às declarações de Putin. “É preciso ter confiança nos nossos militares, e eu confiança neles”, frisou.
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Kiev está sendo ambígua sobre sua estratégia, muito provavelmente para tentar surpreender o inimigo. No entanto, militares russos relatam ataques há cerca de seis dias, alguns com equipamentos fornecidos por países ocidentais, principalmente contra as forças da Rússia no sul da Ucrânia.
O Ministério da Defesa da Rússia divulgou um vídeo mostrando uma coluna de tanques e veículos blindados de fabricação ocidental destruídos. Segundo Moscou, as imagens foram feitas em Donetsk, no leste da Ucrânia.
No entanto, o porta-voz do Comando do Leste do Exército ucraniano, Serguii Cherevati, indicou, em entrevista a um canal de TV, que suas tropas conseguiram avançar 1.400 metros ao redor da cidade de Bakhmut depois que a Rússia reivindicou sua captura em maio.
Destruição da barragem de Kakhovkva
Na frente diplomática, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, em visita a Kiev neste sábado, culpou a Rússia pela destruição da reserva hidrelétrica de Kakhovkva, no sul da Ucrânia, na última terça-feira (6). O ataque causou a inundação de dezenas de cidades e vilarejos às margens do rio Dnieper.
“Não temos dúvidas de que a destruição da represa é uma consequência direta da decisão da Rússia de invadir o país”, declarou Trudeau ao lado de Zelensky, sem acusar Moscou diretamente pelas explosões que destruíram a barragem. Até agora, ambos os lados se acusaram mutuamente pela ação.
De acordo com o último balanço do Ministério ucraniano do Interior, cinco pessoas morreram nas inundações consequentes da destruição da barragem, e 27 foram declaradas desaparecidas nas áreas sob controle ucraniano. As autoridades de ocupação russas relataram, por sua vez, pelo menos oito mortes.
A população foi retirada de ambas as margens do rio Dnieper onde, segundo o balanço ucraniano, há 78 cidades inundadas, 14 delas em território ocupado.
Também no sul, a cidade portuária de Odessa, às margens do Mar Negro, foi atacada por drones ao amanhecer, deixando três mortos e 26 feridos, segundo as autoridades locais.
Macron pede fim do apoio do Irã
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu neste sábado que o Irã “cesse imediatamente o apoio” à Rússia, colocando um fim à entrega de drones ao país. O chefe de Estado conversou por telefone com o presidente iraniano Ebrahim Raissi, indicou o Palácio do Eliseu.
Durante o telefonema, Macron alertou sobre “a gravidade das consequências deste apoio”. No entanto, Teerã julga “sem fundamento” as acusações de entregas de armas à Rússia, recusando ter um lado no conflito na Ucrânia.
De acordo com a presidência francesa, nos cerca de 90 minutos de ligação, Macron também expressou sua preocupação “quanto à trajetória atual do programa nuclear iraniano” e “reforçou a vontade da França e seus parceiros europeus em encontrar uma solução diplomática à essa questão”.
“Ele sublinhou a importância que Teerã tome medidas concretas e confiáveis para colocar em prática, plenamente e sem atraso, suas obrigações internacionais, bem como os engajamentos feitos à Agência Internacional de Energia Atômica, em 4 de março, diz a nota do Palácio do Eliseu.
Rússia promete retaliar
Do outro lado do “front”, a Rússia prometeu, neste sábado, adotar medidas de represália, após a decisão da Islândia de fechar sua embaixada em Moscou. Esse foi o primeiro país a tomar essa decisão desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022. Reykjavik afirmou que a decisão não significa, contudo, a ruptura das relações diplomáticas com Moscou.
Fonte: Agências