Vistoria avalia se casas terão de ser desapropriadas por risco de serem ‘engolidas’ por cratera de 300 metros no interior de SP

Técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e agentes da Defesa Civil de SP foram até Lupércio (SP) nesta quarta-feira (24) para vistoriar a cratera de 300 metros de comprimento, também chamada de voçoroca, que está avançando sobre a cidade.

A comissão esteve no local para a coletar dados e fornecer alternativas para conter o avanço da cratera, que aumenta em direção à zona urbana, e determinar se há instabilidade ou risco para as casas próximas ao local.

A Defesa Civil informou que avalia se há necessidade de desapropriação de imóveis para garantir a segurança da população. O relatório final sairá nos próximos dias.

“Recentemente, a prefeitura de Lupércio tomou medidas de contenção que conseguiram retardar o aumento deste buraco erosivo, afastando, assim, o risco iminente para os moradores da região. Por esse motivo, não há necessidade em retirar os moradores neste momento”, explica a Defesa Civil.

Conforme a órgão estadual, a cidade aguarda autorização judicial para prosseguir com as obras necessárias, já que o local é de propriedade privada. Segundo a Secretaria de Obras da cidade, o custo estimado para a recuperação do local é de cerca de R$ 3 milhões.

A voçoroca tem aproximadamente 300 metros de comprimento, 25 metros de largura e 15 metros de profundidade em seu maior ponto.

A “voçoroca” é um tipo de erosão intensa que forma grandes buracos no solo devido à ação da água da chuva sobre terrenos vulneráveis. Esse fenômeno pode crescer progressivamente se não for controlado, levando à destruição de grandes áreas de terra, o que compromete propriedades e a segurança dos habitantes locais.

Cratera a 5 metros da rua

A preocupação dos moradores é o fato de a erosão avançar em direção à avenida Santo Inácio, principal via da cidade, e à rua Adamastor Ferreira da Costa, local de área residencial. Na última apuração feita pela reportagem, a erosão estava a apenas 5 metros da primeira rua da área urbana

A área onde a cratera se formou é de propriedade privada e é utilizada para atividades agrícolas. A prefeitura afirma ainda que trabalha na possibilidade desapropriação do terreno para que se possa avaliar melhor os riscos e tomar maiores providências.

Na terça-feira (23), o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil se reuniu com o prefeito de Lupércio na sede da Defesa Civil do Estado para falar sobre a situação da voçoroca.

A prefeitura disse que já tomou medidas proativas ao solicitar a desapropriação e uma liminar para a posse precária do local, no entanto, a execução das obras públicas está condicionada à autorização judicial da posse.

Fonte: G1