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O presidente do Chile, Sebastián Piñera (foto), anunciou nesta terça-feira (12) um estado de emergência em quatro províncias do país por causa da crescente violência na região. A medida tem validade de 15 dias, prorrogáveis por outros 15.
“Os moradores desse território vivem com constante medo e com uma profunda sensação de estarem indefesos”, afirmou Piñera em pronunciamento.
Todo o Chile, inclusive a capital Santiago, vem passando por distúrbios em meio a um crescente protesto capitaneado por indígenas mapuches — etnia indígena mais populosa no país, com mais de 1,7 milhão de integrantes.
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Há manifestações pacíficas, mas a situação é mais preocupante no sul, onde há registro de bloqueios de ruas, ataques contra maquinário agrícola e incêndio de templos religiosos — uma igreja católica e outra evangélica foram queimadas. Além disso, foram registrados ataques a policiais, que, afirma Piñera, ocorreu com uso de armas de fogo de grosso calibre e tiveram apoio do narcotráfico.
“Este estado de exceção constitucional de emergência é para enfrentar melhor o terrorismo, o narcotráfico e o crime organizado. Em hipótese alguma será contra o povo ou um grupo de cidadãos pacífico”, alegou Piñera.
O que significa o estado de emergência?
Ainda falta definir quais medidas serão concretamente tomadas. Com o estado de emergência, o governo chileno poderá declarar toque de recolher e ir além, com a limitação de reuniões e de locomoção nas partes do país onde a imposição estiver em vigor.
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Piñera explicou que poderá acionar as Forças Armadas, para que prestem apoio logístico, tecnológico e comunicações. De acordo com o jornal “La Tercera”, o exército poderia também apoiar os trabalhos da polícia — mas o presidente disse que não há a permissão para que os militares substituam outras forças de segurança.
Continuidade dos protestos
O Chile ainda se recupera dos enormes protestos iniciados em outubro de 2019, em uma insatisfação generalizada contra a classe política e o sistema econômico do país. Como resultado, o presidente e o Congresso concordaram em levar a cabo um referendo para uma nova Constituição — que foi aprovada. No momento, os chilenos discutem como será o novo texto.
Os mapuches, que protestam neste momento no Chile, formaram um grupo numeroso nos protestos. Alguns grupos, porém, mais radicais, defendem a devolução de terras que pertenciam aos indígenas antes da colonização, o que intensificou a tensão no sul do país.
Fonte: Yahoo!