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Uma piscina ou até mesmo uma tampinha jogada no quintal. Não importa o tamanho. Para o mosquito Aedes aegypti, basta um recipiente que acumule água limpa e parada para que ele se prolifere. E o inseto é mesmo resistente. Pode esperar grudado, na borda de um recipiente vazio, um período de um ano, até que a próxima chuva ajude a eclodir seus ovos. Em dez dias ele já pode voar e buscar alimento.
O grande problema é que seu alvo é o sangue do ser humano. E outra: tem hábitos domésticos. Circulam em um raio de até 200 metros de onde nasceram. Portanto, se tem água parada dentro da sua residência, provavelmente este hóspede indesejável pode estar mais perto de você e de sua família.
Por isso a Vigilância Ambiental em Saúde de Botucatu tem buscado fazer seu melhor. Apenas no ano passado, seus agentes realizaram mais de 111 mil visitas a imóveis da Cidade em diversas frentes de ações como controle de criadouros, nebulizações, levantamento de infestação, entre outras. Além disso, nunca se falou tanto sobre dengue como em 2015. Em todo o Brasil foram mais de 1,5 milhão de casos. Tudo noticiado através da TV, rádio, jornal, internet e campanhas publicitárias. Isso quer dizer: informação não faltou.
“Não é possível que as pessoas ainda não saibam nada sobre o mosquito, como ele se procria e as doenças que ele pode transmitir ao ser humano. A Saúde Pública não pode ficar limitada às ações do poder público. Enquanto não houver uma conscientização coletiva, o mosquito continuará a vencer essa guerra. Basta que cada um de nós seja um vigilante e faça a lição de casa, eliminando potenciais criadouros do Aedes”, enfatiza Rodrigo Iais da Silva, diretor do Departamento de Saúde Ambiental e Animal da Secretaria Municipal da Saúde.
“Vale lembrar que, ao contrário que muita gente pensa, mais de 80% dos criadouros com larva do mosquito transmissor estão dentro do perímetro da residência e não em terrenos baldios ou perímetro externo. Esses criadouros são recipientes servíveis ao morador. Mas apesar do pouco uso, não são descartados como lixo. Por isso, criar uma rotina semanal para uma vistoria em recipientes ou estruturas que possam acumular água em casa é a forma mais eficiente de se evitar uma epidemia”, complementa.
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, que pode ter manifestações assintomáticas até quadros graves e fatais. Os sintomas característicos da dengue são: febre alta [acima de 38°C], dores intensas de cabeça, no fundo dos olhos, e por todo corpo, onde também podem aparecer manchas vermelhas.
Ao identificar esses sinais clássicos de dengue, a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente e ficar em repouso permanente de 10 a 15 dias. Neste período, a Secretaria Municipal da Saúde, através da VAS, iniciará todas as atividades necessárias para evitar a transmissão da doença no Município.
O Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas.
Um mosquito, três doenças
Em 2015, a epidemia de dengue, que grande parte do País sofreu, também refletiu em Botucatu. Foram 735 casos confirmados [663 autóctones e 72 importados]. A esmagadora maioria no primeiro semestre. Nos últimos seis meses do ano passado houve uma expressiva queda da doença, com apenas 15 casos confirmados, sendo oito importados. Apesar desses números, vale ressaltar que Botucatu nunca registrou uma morte sequer relacionada à dengue.
No último levantamento dos níveis de infestação do vetor realizado no Município, 0,8% dos imóveis pesquisados havia a presença de criadouros com larvas do mosquito da dengue. De acordo com a Organização Mundial da Saúde a classificação é determinada da seguinte maneira: 0 a 1% dos imóveis com larvas positivas – satisfatório; 1,1% a 3,9% sinal de alerta; acima de 3,9% – risco de epidemia.
Mas a volta do período de chuvas reascende o sinal de alerta. Inclusive para outras doenças que podem ser transmitidas pelo Aedes aegypti, como a zika vírus e chikungunya. Esta última, por sinal, já foi detectada em Botucatu em novembro do ano passado, quando um morador do distrito de Rubião Júnior foi infectado na cidade nordestina de Custódia (PE).
“A partir desta notificação, todas as ações de controle do vetor foram desencadeadas pela Vigilância Ambiental em Saúde, evitando-se, assim, uma transmissão no município. A Secretaria de Saúde vem se preparando, antecipadamente, para tomada de ações, caso haja mudança no comportamento epidemiológico dos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti”, informa Silva.
Dicas de combate ao mosquito e focos de larvas
• Manter a caixa d’água sempre fechada e vedada adequadamente
• Limpar periodicamente as calhas da casa
• Não deixar acumular água sobre lajes, imperfeições do piso e recipientes
• Lavar, com escova e sabão, a parte interna e borda de recipientes que possam acumular água (ex: bebedouros de animais)
• Não expor recipientes à chuva, deixando eles sempre em lugares cobertos e de cabeça para baixo
• Jogar desinfetante, detergente ou sabão em pó em ralos pouco utilizados
• Não deixar acumular água nos pratos dos vasos de plantas
Mais informações
Vigilância Ambiental em Saúde
Telefones (14) 3813-5055 / 150
Horário de atendimento: segunda a sexta-feira – das 7 horas às 16h30