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Vídeo cedido pela Defesa Civil de Timbó, no Vale do Itajaí, mostra o momento em que o tornado com rajadas de vento de 130km/h avança sobre a cidade.
Assista ao vídeo.
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A tempestade de quarta-feira (5) destelhou casas e empresas, e chegou a virar caminhões de uma fábrica de furgões. Ninguém ficou desabrigado ou ferido, segundo a Defesa Civil.
“Não deu tempo para nada. Vi tudo voando. Nos escondemos no banheiro para nos salvar. Era granizo, vento, temporal. Nunca vi disso”, disse o morador da cidade Gilcemar Gessner.
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Gessner trabalhava em um dos galpões atingidos durante a passagem do fenômeno. Ele disse que o prejuízo foi total.
“Não sobrou nada”, afirmou.
Durante a manhã desta quinta-feira (6), o trabalho foi de reconstrução. O auxiliar de produção Orival Parcher também estava trabalhando na cidade.
“No começo, vimos uma trovoada. Veio uma chuva e, de repente, escutamos um barulho. E ele aumentava cada vez mais. Uns colegas foram para o refeitório, e eu fui para o banheiro. O vento começou a girar e fazer cada vez mais barulho. Depois, o galpão começou a descer devagar, a cair”, relembrou o auxiliar de produção, Orival Parcher.
Tornados são comuns em Santa Catarina
Segundo a meteorologista Andrea Ramos, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Santa Catarina é uma das regiões do país mais favoráveis para formação nuvens cumulonimbus – caracterizada por seu desenvolvimento vertical que podem dar origem aos tornados.
“Este não é o primeiro tornado do ano. É muito comum em Santa Catarina [passagens de tornados]”, disse.
De acordo com a nota técnica elaborada pela Diretoria de Gestão de Risco, entre a tarde e a noite de quarta-feira (5), o tornado foi causado pela passagem de uma frente fria pelo sul do Brasil, aliada ao calor sazonal e à disponibilidade de umidade foram responsáveis pelo desenvolvimento de tempestades.
“Esta condição atmosférica favoreceu o desenvolvimento de áreas de instabilidade que ocasionaram temporais acompanhados de chuva intensa, descargas elétricas (raios), rajadas de vento nas regiões do centro leste catarinense. O destaque foi a ocorrência de um tornado no Médio Vale do Itajaí”, consta no documento.
Estragos
O temporal também causou estragos em outras cidades em Santa Catarina: em Rio Fortuna, no Sul, Bom Jardim da Serra e Santa Rosa de Lima, na região serrana registraram o maior acumulado de chuvas em 24 horas. Houve registro de deslizamentos, pontos de alagamentos e quedas de árvores.
De acordo com a Defesa Civil, as imagens do radar meteorológico de Lontras, na mesma região, mostraram núcleos de temporais e células tornádicas às 16h57 nas proximidades de Timbó.
“Observa-se uma supercélula sobre o município, com características de tempestade severa”. “O bairro mais atingido foi o Industrial, onde tivemos muitos destelhamentos em galpões, telhas foram arremessadas a quase 200 metros de distância”, disse o coordenador da Defesa Civil do município, Fabio Melere.
Antes da confirmação por parte do órgão estadual, a Defesa Civil municipal tratava o caso como microexplosão – concentração de fortes rajadas de ventos em uma pequena localidade.
No entanto, por conta dos estragos e análises meteorológicas, ocorreu a identificação do tornado.
Tempestade
De acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil estadual nesta quinta-feira (6) Rio Fortuna, no Sul, e Bom Jardim da Serra e Santa Rosa de Lima, na região serrana, registraram o maior acumulado de chuvas em 24 horas.
Segundo a Central de Meteorologia da NSC, uma frente fria provocou a queda do grande volume de água na tarde de quarta-feira (5) em algumas regiões.
Foram registrados em Rio Fortuna 123 milímetros de chuva, segundo a Defesa Civil. O Rio Pequeno, que fica na divisa da cidade com Grão Pará, teve cheia.
“[O rio] Já está retornando ao leito normal. É um rio de serra, sobe rápido e baixa muito rápido também, são trovoadas. É muito com no verão, é quase como se fosse uma cabeça d’água”, explicou a Defesa Civil da cidade.
Timbó na manhã desta quinta-feira (6) — Foto: Patrick Rodrigues/ NSC
Defesa Civil de Taió registrou queda de árvores — Foto: Prefeitura de Taió/ Reprodução
Ponto de alagamento em Timbó — Foto: Raquel Piske/Ascom PMT
Destelhamento registrado pela Defesa Civil em Timbó — Foto: Defesa Civil/ Reprodução
Fonte: G1