03 maio, 2024

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Veterinária de Botucatu ensina como proteger seus pets dos fogos de artifícios no final do ano

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Vem chegando o final do ano e, mais uma vez, preocupamo-nos com os pets. Entre o Natal e o Réveillon aumenta a incidência de trovões, devido ao período chuvoso, e também explodem fogos de artifício o tempo todo, fazendo com que alguns de nossos amiguinhos fiquem aterrorizados com esses ruídos.

Já estamos cansados de ouvir histórias de animais que, durante o período dos fogos de artifício, fugiram e nunca mais foram encontrados. Há casos de cães que se machucaram ao tentar passar por portas, janelas ou tentaram entrar em locais para se esconderem, ou aqueles que ficaram tão apavorados que permaneceram imóveis, tremendo, chegando até a urinar e a defecar em si mesmos.

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Fisiologicamente, a resposta do medo é uma reação complexa que envolve várias áreas do cérebro. Quando os animais percebem uma situação ameaçadora ou que a “acham” perigosa, eles reagem instintivamente para sobreviver, preparando-se para o confronto ou para a fuga. Ocorre aumento da frequência cardíaca e pressão sanguínea; a respiração fica mais intensa; há diminuição da sensação de dor; intensifica-se o reflexo de sobressalto; hormônios de estresse são liberados, e aparece o comportamento defensivo.

Existe uma estrutura no cérebro chamada locus cerúleo, que é a principal área envolvida e ativada no momento do medo. Suspeita-se que a amígdala, outra área específica do cérebro, reconhece o alarme a partir do locus cerúleo e imediatamente traz memórias de acontecimentos passados que provocam o medo. Sendo assim, torna-se difícil contornar tal situação. Respostas de medo são causadas por tendências comportamentais genéticas, experiências ambientais (algum acontecimento que gerou “trauma”) e doença física.

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A Dra. Janaina Camargo expõe as principais mudanças que ocorrem nos pets quando submetidos ao estresse sonoro

Mas o que podemos fazer para resolver ou minimizar o problema? Nunca puna o animal ou utilize técnicas que causem mais medo. Segundo o zootecnista e adestrador Gustavo Turolla, devemos evitar acalmar ou proteger o cão nervoso, pois isso pode reforçar o medo de algo pelo qual ele não deveria se assustar. O proprietário não deve ficar nervoso ou ansioso perto do cão. Recomendo que ele ignore o comportamento de medo do pet, emitindo outros ruídos para distrai-lo, buscando petiscos e fazendo festinhas e brincadeiras.

A exposição a ruídos gravados ou filmados bem baixinhos é uma técnica interessante. Os sons podem aumentar gradualmente, conforme a evolução do treinamento- chamamos isso de exercícios de exposição, que vêm acompanhados dos comandos “senta” e “fica”. É necessária uma recompensa altamente valorizada quando ele responder adequadamente ao ruído, como um petisco ou o brinquedo favorito (guardados para serem oferecidos somente nessa situação), ocorrendo o reforço positivo. “O ideal é começar o treinamento antes da época de fogos ou chuvas, pois a exposição ao estímulo durante o período de treino pode prejudicar o processo”, explica Gustavo.

Durante os fogos ou as tempestades, mantenha o animal dentro de casa ou leve-o para outro local à prova de som. Em certos casos, medicamentos são necessários e somente o veterinário os prescreverá com segurança. O que melhor funciona é expor o filhote de maneira suave e gradual aos diferentes estímulos (luzes, ruídos, manipulações e movimentos) durante os primeiros meses de vida. Isso fará com que ele seja mais seguro e equilibrado na idade adulta.

É importante expor o filhote desde cedo a variados estímulos

Não se esqueça de manter o animal identificado com telefone, nome e endereço na coleira, principalmente nessa época do ano, a fim de que numa eventual fuga ele possa ser encontrado. Trancar bem as portas, os portões e tomar cuidado com janelas de vidro ou outras estruturas que possam machucá-lo num momento de pânico também são cuidados que o proprietário deve ter.

Previna-se para evitar uma série de problemas relacionados ao medo de fogos e trovões dos pets. Utilize e estimule fogos de artifício sem som! Lembre-se de que toda vez que um rojão estoura, algum animal de estimação e seu tutor sofrem! Pense duas vezes antes de comprar o artifício. Respeito é necessário a qualquer espécie! Boas festas!

Por: Dra Janaína Biotto Camargo

Médica veterinária, graduada em 2003, pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu; Mestre pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu; Especialização em Anestesiologia, Acupuntura e Fitoterapia chinesa.

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