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O verão de 2025 já é considerado um dos mais devastadores da história recente da Europa no que diz respeito aos incêndios florestais. De acordo com os dados mais recentes do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), divulgados em 29 de julho, mais de 292 mil hectares já foram consumidos pelas chamas na União Europeia — mais que o dobro da área queimada no mesmo período de 2024 (139 mil hectares) e acima da média dos últimos 19 anos.

Neste aviso, o Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS) alerta que até a próxima terça-feira (12) há perigo de incêndios na Península Ibérica, no Sul da França e da Itália, na Grécia, na Bulgária, na Romênia, no Reino Unido e na Irlanda. Menor perigo é esperado na maior parte da Europa Ocidental, Central e Oriental e na Escandinávia.
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🔥Fire danger forecast for 5–12 Aug shows extreme FWI anomalies in:
— Copernicus EMS (@CopernicusEMS) August 5, 2025
🇪🇸Iberian Peninsula
🇫🇷S. France
🇮🇹S. Italy
🇬🇷Greece
🇧🇬Bulgaria & 🇷🇴Romania
E. 🇬🇧UK & 🇮🇪Ireland
Lower danger expected across most of western, central, eastern Europe & Scandinavia.
🔗https://t.co/0AMcHI1gcy pic.twitter.com/YF03TDkQMV
O cenário é agravado por uma combinação de ondas de calor extremo, estiagens prolongadas e vegetação altamente inflamável, fatores que, segundo cientistas, criam as condições para a propagação rápida do fogo em um planeta em transformação pelas mudanças climáticas.
O Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS) aponta que alguns países já registraram as maiores emissões de carbono por incêndios florestais desde o início da sua série histórica, iniciada em 2003. A Grécia lidera em volume de emissões totais desde 2007, enquanto a Turquia já acumula as maiores emissões deste ano.
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Por sua vez, o Chipre registrou, em apenas dois dias — 22 e 23 de julho —, um volume de emissões por incêndios florestais superior ao de qualquer ano completo anterior, segundo a série histórica iniciada em 2003.
O pesquisador Joe McNorton, do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), informou que os incêndios registrados em 2025 na Bacia do Mediterrâneo são resultado de um volume elevado de combustível seco aliado a condições climáticas severas, como temperaturas extremas e umidade do solo drasticamente reduzida. “A intensidade das queimadas tem sido alimentada por um clima excepcionalmente seco, que transforma qualquer fagulha em catástrofe”, afirmou.
A crise, porém, não se limita ao Mediterrâneo. O mês de julho também trouxe aumento da atividade de incêndios em países dos Bálcãs, com Montenegro, Macedônia do Norte, Sérvia e Albânia registrando emissões recordes ou muito próximas dos recordes.
Wildfires fueled by record-breaking heat are tearing through Turkey, claiming at least 14 lives as firefighters battle relentless flames across multiple regions. pic.twitter.com/U7fyOe5YKV
— AccuWeather (@accuweather) July 29, 2025
No norte da Europa, o Reino Unido já atingiu sua maior marca de emissões por incêndios florestais, com 0,35 megatoneladas de carbono lançadas na atmosfera. Até 20 de junho, o país já havia registrado 564 incêndios florestais, segundo o Conselho Nacional de Chefes de Bombeiros — um aumento de 717% em relação a 2024.
Já no sudoeste da Europa, focos se espalharam por Catalunha (na Espanha), sul da França, Portugal e, mais recentemente, norte da Espanha e norte de Portugal. Segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Portugal já contabilizou 3.370 incêndios rurais entre janeiro e meados de julho, afetando 10.768 hectares — três vezes mais que no mesmo período de 2024.
VIDEO: Firefighters battle to contain a wildfire in north Portugal, one of more than a dozen blazes that have led to almost the whole country being put on high alert for fires.
— AFP News Agency (@AFP) July 30, 2025
Portugal faces wildfires every summer with experts saying climate change is increasing the frequency… pic.twitter.com/d7NABXu44n
O monitoramento por satélite é hoje uma ferramenta para compreender a escalada dos incêndios e ajudar na elaboração de políticas de resposta. Especialistas alertam que o foco das ações precisa migrar das respostas emergenciais para medidas estruturantes de prevenção, como o manejo florestal, restauração de ecossistemas e adaptação climática.
Fonte: Um Só Planeta