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Quente e úmido, o verão é estação propícia para proliferação de fungos e bactérias. E é no prato que mora um dos principais perigos. Resultada de descuidos, muitas vezes, a intoxicação alimentar se torna um risco diário nesta época e é preciso mais atenção no preparo e armazenagem dos alimentos ou até mesmo na escolha mais criteriosa de locais para refeição, a fim de evitar transtornos na saúde. Em crianças e idosos, principalmente, a intoxicação alimentar pode até matar.
Segundo o Departamento de Saúde Coletiva de Bauru, alimentos refrigerados devem ser mantidos com temperaturas abaixo de 10 graus. Já os alimentos quentes devem ficar sempre acima de 65 graus.
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“Até em casa, nunca deixe comida em cima de fogão em temperatura ambiente. O ideal é colocar na geladeira ainda quente”, alerta o diretor do departamento, Mário Ramos.
“No comércio, se você for comprar um salgado e a estufa estiver em temperatura ambiente, corra! Não compre!”, acrescenta Ramos, dizendo que esta é uma prática comum e muito flagrada pela fiscalização da prefeitura não só nesta época, mas ao longo de todo o ano. “Bolos recheados e kaftas são os campeões de denúncias”, completa ele, dizendo que a Vigilância procura agir no mesmo dia em que é acionada.
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Em 2019, três toneladas de alimentos foram inutilizadas pela Vigilância Sanitária Municipal, porque estavam sendo comercializadas em condições inadequadas.
ORIGEM E CONDIÇÕES
Mário Ramos explica ainda que o consumidor deve ficar atento aos produtos de origem animal, carne, peixe, frango, queijo, mel e ovos. “Eles devem ter origem conhecida, ou seja, terem no rótulo informações sobre o serviço de inspeção, municipal, ou estadual ou federal: SIM, SIF OU SISP”, orienta.
Além disso, o consumidor nunca deve adquirir ou utilizar um alimento que tenha cor, odor ou sabor diferente. “Uma carne com a pontinha esverdeada, não se pode ter o restante reaproveitado. Um peixe com cheiro forte, não coma! Um doce com sabor azedo, jogue fora!”, fecha questão, lembrando que a validade nem sempre é sinal de que o produto está em boas condições de consumo.
Alimentos em embalagens amassadas, estufadas, enferrujadas e furadas também devem ser inutilizados para evitar riscos.
MANIPULAÇÃO
Já sobre a manipulação dos produtos, Ramos lembra que é preciso sempre verificar as condições de higiene dos estabelecimentos. “Nunca coma em um ambiente que você perceber pratos, copos e talheres sujos. Estes são indícios que já denotam risco sanitário”, alerta.
Outras medidas são: lavar as mãos antes de preparar os alimentos; não utilizar a mesma tábua de corte e faca para legumes e carnes (só depois de higienizadas); evitar manipular muito os alimentos cozidos; e lavar bem legumes, verduras e frutas (mergulhar em água com uma colher de hipoclorito por 15 minutos).
‘Trauma’
Quem sofre de intoxicação, jamais esquece. Foi depois de ingerir um salgado frito de presunto e queijo e passar mal no trabalho que a manicure Giselle Migliori, 37 anos, nunca mais entrou em lanchonetes desconhecidas. “Tenho muito medo de comida pronta também. E, em casa, procuro cozinhar pouco para não reaproveitar nada”, conta.
A mesma medida é tomada pelo técnico em radiologia Rodrigo Mantoani, 33 anos. “Só como assados ou lanches fora de casa se conheço bem o lugar. E molhos nem pensar. Tenho medo de passar mal”, comenta.
Fonte: Jcnet