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Um vazamento de petróleo na província litorânea de Esmeraldas, no noroeste do Equador, contaminou pelo menos cinco rios da região e resultou na interrupção do abastecimento de água, afetando cerca de 500 mil pessoas.
Isso é resultado do rompimento do Sistema de Oleoduto Transequatoriano (SOTE), operado pela estatal EP Petroecuador, devido a um deslizamento de terra ocorrido na semana passada. O duto, de quase 500 quilômetros, transporta 360 mil barris diários e escoa óleo produzido no campo de Lago Agrio, na província de Sucumbios, na Amazônia equatoriana, até o litoral.
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O óleo escoou por meio de afluentes até o rio Esmeraldas, atingiu comunidades ribeirinhas. Ainda não se sabe a quantidade vazada, mas Vicko Villacís, prefeito da cidade de Esmeraldas, capital da província homônima, estima que foram 200 mil barris, segundo a AFP.

Ao canal Ecuavisa, o biólogo marinho Eduardo Rebolledo, da Universidade Católica, disse que devido à poluição “não há formas de vida na água” dos rios Caple e Viche, nos quais “flui uma mistura de petróleo com água”. “No mundo rural de Esmeraldas, o serviço de água potável é limitado, as pessoas dependem muito dos rios, as pessoas ocupam a água dos rios”, ele apontou.
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O governo local está fornecendo água potável aos afetados e, para mitigar o impacto nas comunidades, mão de obra local será contratada para limpar áreas de praia e manguezais, e kits de alimentos também serão fornecidos.
O Comitê de Operações de Emergência (COE) nacional declarou emergência ambiental. E, na terça-feira (18), a EP Petroecuador declarou Força Maior em suas operações e o SOTE foi colocado em estado de emergência.
“Essa declaração de emergência não excederá 60 dias e tem como objetivo principal permitir que a EP Petroecuador tome todas as medidas necessárias, alocando os recursos adequados para minimizar os impactos desse evento nas operações de exploração, extração, transporte e comercialização de hidrocarbonetos, por meio da contratação de mão de obra, serviços, bens e equipamentos necessários”, disse a companhia em comunicado.
As autoridades equatorianas implementaram um Plano de Contingência, que permitiu a instalação de barreiras de controle e diques de contenção em pontos-chave. Na área do Porto de Esmeraldas, oito rebocadores aplicaram dispersantes e dispersão mecânica para tratar a mancha de óleo que estava sendo levada para o mar devido ao vento e às correntes.
O transporte de petróleo pelo SOTE foi retomado na manhã de quarta-feira (19). “Os trabalhos realizados 24 horas por dia pela equipe de linha e direito de via, com o apoio do Corpo de Engenheiros do Exército, permitiram a remoção de 225 mil metros cúbicos de material que havia deslizado sobre o oleoduto e o poliduto”, comunicou a EP Petroecuador.
A empresa acrescentou que, posteriormente, foram realizadas obras de recomposição da faixa de domínio do sistema, preparação da nova tubulação, corte e instalação de novo trecho, permitindo a retomada das operações de transporte de petróleo da Estação de Bombeamento em Lago Agrio até o Terminal Marítimo de Balao, em Esmeraldas.
Fonte: Um Só Planeta