18 de novembro, 2024

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Vaticano diz que governo chinês nomeou bispo de Xangai unilateralmente

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Autoridades chinesas nomearam um novo bispo para Xangai, a maior diocese católica romana da China, sem consultar a cúpula da Igreja Católica, afirmou o Vaticano nesta terça-feira (4).

Caso confirmada, a mudança unilateral viola um pacto bilateral entre os dois Estados que determina a chancela do Vaticano para qualquer mudança do tipo.

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A Santa Sé diz ter sido informada apenas “há alguns dias” da decisão da China de transferir o bispo Shen Bin de Haimen, na província de Jiangsu, para a diocese de Xangai. A AsiaNews, uma agência de notícias católica, disse que Shen foi nomeado pelo Conselho dos Bispos Chineses, que ele próprio dirige.

O conselho, controlado pelo Partido Comunista chinês, não é reconhecido pela Santa Sé.

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O bispado de Xangai estava vago havia dez anos desde a morte do bispo Jin Luxian em abril de 2013.

A Santa Sé disse que o bispo auxiliar da cidade, Ma Daqin, deveria administrar a diocese, mas ele está em prisão domiciliar desde 2012, quando rejeitou publicamente a Associação Patriótica Católica Chinesa – o órgão comunista que governava a Igreja local.

O Vaticano disse ainda que só soube da mudança através da mídia.

As relações entre a Igreja Católica e o governo chinês já vinham estremecidas nos últimos meses. No início do ano, o Vaticano acusar a China de violar o acordo bilateral entre os dois países sobre a nomeação de bispos ao instalar um em uma diocese não reconhecida pela Santa Sé.

Bandeira chinesa ao lado de estátua de jesuíta italiano na entrada de igreja católica no sul de Pequim (Foto: Reprodução)

O pacto, renovado em outubro de 2022 pela segunda vez, foi uma tentativa de aliviar uma divisão de longa data na China continental entre fiéis leais ao papa e uma igreja oficial apoiada pelo Estado. Quando o acordo foi feito, pela primeira vez desde a década de 1950 ambos os lados reconheceram o papa como líder supremo da Igreja Católica.

A Embaixada chinesa ainda não quis se manifestar sobre o caso.

Em seu site, a diocese de Xangai disse que cerca de 200 pessoas compareceram à cerimônia de inauguração de Shen.

“O bispo Shen Bin disse que continuará a levar adiante a boa tradição de patriotismo e amor à Igreja Católica em Xangai (e) aderir ao princípio de independência e autogoverno”, declarou a diocese.

Apenas seis novos bispos foram nomeados desde que o acordo de 2018 foi fechado entre o Vaticano e a China. Os oponentes do acordo dizem que isso prova que o pacto não está produzindo os efeitos desejados. Eles também apontam para o aumento das restrições à liberdade religiosa na China para cristãos e outras minorias.

Fonte: Agências

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