20 de novembro, 2024

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Vaquinha para adolescente condenada a pagar R$ 775 mil à família de seu estuprador arrecada o dobro da multa

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Pieper Lewis, de 17 anos, foi condenada nos Estados Unidos por ter matado um homem que ela acusava de ser seu estuprador, vai receber uma ajuda para pagar a multa de US$ 150 mil (R$ 777 mil) que a Justiça impôs a ela: uma campanha de arrecadação para ajudá-la já arrecadou mais que o dobro do valor.

Em menos de 48 horas, a vaquinha arrecadou quase R$ 1,7 milhão. Foram mais de 8.000 doações. A principal doação foi de US$ 5.000 de um doador anônimo.

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A campanha foi lançada no GoFundMe por Leland Schipper, que disse que ter sido professor de Lewis.

Pieper Lewis durante seu julgamento, em 13 de setembro de 2022 (Foto: reprodução)

Forçada a se prostituir

Aos 15, Lewis fugiu da casa de sua mãe adotiva, onde sofria abusos, e foi acolhida por um homem de 28 anos que ela acreditava ser seu namorado na cidade de Des Moines, no estado do Iowa.

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Sem que ela soubesse, o “namorado” fez anúncios na internet em que a oferecia para relações sexuais. Ela foi forçada a se prostituir —às vezes, era ameaçada com uma faca para ir para a cama com outros homens. Ela fez isso por cerca de oito vezes.

Um desses homens com quem ela fez sexo depois de ser ameaçada era Zachary Brooks. Ele a estuprou diversas vezes ao longo de semanas. No dia 1º de junho de 2020, após uma dessas ocasiões, com raiva, ela pegou uma faca que estava ao lado da cama e matou Brooks.

Na terça-feira (14), Lewis foi condenada a cinco anos em liberdade condicional e a uma multa de US$ 150 mil (R$ 777 mil) por ter matado o homem que ela acusava de ser seu estuprador. O dinheiro deve ser pago para a família do homem que ela matou.

Ela narrou esses fatos à Justiça dos EUA. A polícia e a promotoria nem mesmo tentaram contestar que Lewis foi violentada e forçada a se prostituir (eles só afirmaram que o homem que ela matou estava dormindo quando foi esfaqueado, e por isso não representava um perigo imediato).

Um juiz disse que há evidências que corroboram com o relato da adolescente, segundo o jornal “The Washington Post”.

Pena de 5 anos de liberdade condicional

Pieper Lewis, a adolescente, admitiu ter cometido um crime que nos EUA é descrito como “assassinato involuntário”. Grosso modo, é um assassinato não intencional, resultado de uma imperícia ou negligência. É um crime que ocorre sem intenção e nem planejamento.

Ela também confessou que tinha intenção de machucar a vítima.

A Justiça a condenou pelos crimes que ela admitiu. Se a adolescente não cumprir os termos da condicional, ela pode ser condenada a até 20 anos de prisão.

O juiz David Porter determinou que ela vai morar em uma instalação para infratores, e que ela não vai ter nenhum registro em sua ficha criminal se ela completar os anos em liberdade condicional. O juiz também afirmou que ele é obrigado a aplicar a multa de US$ 150 mil.

Antes do juiz ler sua sentença, Lewis fez uma declaração. Ela descreveu a situação que ela precisou enfrentar e suas tentativas de retomar a vida.

“Eu queria que os eventos que aconteceram em 1º de junho de 2020 nunca tivessem ocorridos, mas dizer que só há uma vítima nessa história é absurdo”, ela afirmou.

O homem que a forçou a se prostituir não foi processado. A mídia americana perguntou à polícia de Des Moines se ele está sendo investigado e se a polícia está apurando os crimes que Lewis descreve, mas a polícia não respondeu.

Pieper Lewis fala com sua advogada, Magdalena Reese, durante o julgamento, em 13 de setembro de 2022 — Foto: Zach Boyden-Holmes/AP
Pieper Lewis fala com sua advogada, Magdalena Reese, durante o julgamento, em 13 de setembro de 2022 (Foto: Reprodução)

Fonte: Yahoo!

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