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O que o “Ursinho Pooh” faria durante um ataque a tiros em uma escola? Correria, se esconderia, e, se não houvesse mais opções, lutaria com o agressor, orienta um livro distribuído recentemente para estudantes nos Estados Unidos, onde este tipo de violência é comum.
O texto foi editado pela Consultoria de segurança Praetorian, com sede em Houston, Texas, estado conservador que já foi cenário de vários ataques a tiros em massa, como o ocorrido há um ano em uma escola de Uvalde, que causou a morte de 19 crianças e dois adultos.
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“Se existe perigo, Pooh e seus amigos te mostram o que fazer”, diz o livro, intitulado “Stay Safe” (Mantenha-se a Salvo), que conta com três palavras-chave: “Run, Hide, Fight” (Corra, Esconda-se, Lute), protocolo recomendado por autoridades diante de tiroteios.
“Se o perigo te encontrar, não fique, fuja”, sugere o livro, desde que não haja um risco imediato. Caso contrário, o aluno deve trancar as portas de sua sala e se esconder, sem fazer barulho.
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“Caso não possa fugir, você tem que lutar com todas as suas forças”, afirma o texto, ilustrado com imagens de personagens da série prontos para o combate.
Depois que o perigo passar, o livro aconselha a não reagir com raiva, e aguardar a chegada de um policial ou professor.
‘Normalizar’ tiroteios
Perto da conclusão do ano letivo nos Estados Unidos, “o que quero é levar meus filhos para casa e me sentar com eles no sofá. Mas sei que há famílias em Uvalde que não poderão fazer isso, e este livro me mostra isso”, comentou ao portal Oak Cliff Advocate a mãe de família Cindy Campos, cujos dois filhos receberam os livros em sua escola, em Dallas.
Em sua conta no Facebook, no entanto, Cindy diz que resiste a “normalizar” o fato de as histórias para ler antes de dormir terem como tema como reagir diante de um atirador.
Os textos contam com as imagens originais de Pooh, criadas no começo do século XX, no Reino Unido, por A.A. Milne, que são livres de direitos. Segundo a consultoria, o livro foi elaborado com uma linguagem simples e apropriada para crianças, com a participação de policiais e professores.
“O Ursinho Pooh agora ensina as crianças do Texas sobre tiroteios porque seus funcionários não têm coragem de manter nossas crianças seguras e aprovar leis de bom senso sobre armas”, tuitou o governador da Califórnia, Gavin Newsom.
Em 2023, mais de 220 ataques a tiros já foram registrados nos Estados Unidos, segundo a ONG Arquivos da Violência Armada. Um ano após o massacre em Uvalde, o presidente Joe Biden insistiu anteontem na regulamentação do uso de armas, principalmente de fuzis AR-15, medida que encontra resistência em territórios conservadores.
Fonte: Agências