05 de novembro, 2024

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Unicamp desenvolve e vence competição com 1º veículo off-road movido a hidrogênio do mundo

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Após enfrentar uma série de desafios, uma equipe de estudantes da Unicamp conseguiu um feito inédito no mundo: desenvolver, construir e rodar um veículo “Baja” movido a célula de hidrogênio (H2). Com um carro off-road, do tipo gaiola, os universitários venceram o desafio SAE Brasil & Ballard Student H2 Challenge, realizado em Piracicaba (SP), no mês de agosto.

Veículo movido a célula de hidrogênio que venceu o desafio — Foto: Unicamp Baja SAE
Veículo movido a célula de hidrogênio que venceu o desafio (Foto: Unicamp Baja SAE)

A equipe Unicamp Baja SAE é formada 60 estudantes do ensino superior, dos cursos de engenharia mecânica, elétrica, civil, da computação, de controle e do curso de física. O grupo trabalha sob a supervisão do professor Janito Vaqueiro, especialista em controle.

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Segundo Vaqueiro, apesar das restrições, os alunos desenvolveram o projeto durante a pandemia de Covid-19. Em 2020 e 2021, o grupo participou das etapas virtuais da competição e se classificou para construir o “Baja” na etapa presencial em 2022, que seria submetido a provas estáticas e dinâmicas.

A competição

Equipe do projeto é formada por 60 estudantes da Unicamp — Foto: Unicamp Baja SAE
Equipe do projeto é formada por 60 estudantes da Unicamp (Foto: Unicamp Baja SAE)

A competição é a primeira do gênero e reuniu oito equipes classificadas de universidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. O desafio feito a 15 instituições de ensino do país foi o de construir um veículo híbrido, elétrico, movido a célula de hidrogênio.

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Para isso, empresas apoiadoras forneceram os principais componentes dos carros projetados pelos aluno que, eventualmente, também precisaram fabricar as próprias peças. O mais importante era desenvolver um sistema em que todos as partes conversassem entre si.

Batizado de Júpiter, em referência ao planeta formado por 85% do elemento, o campeonato incentivou a busca de soluções sustentáveis para veículos automotores, a fim de diminuir o lançamento de gases do efeito estufa e auxiliar na retirada do carbono presente no ar dos grandes centros urbanos.

Com a reação reversa a eletrólise da água, a célula “Fuel Cell” presente nos carros gera corrente elétrica para alimentar o motor. Desta forma, ao contrário dos poluentes emitidos pelos carros à combustão interna que emitem gases poluentes, o subproduto da reação da célula de hidrogênio é água.

Contratempos sem fim

Veículo movido a célula de hidrogênio que venceu o desafio — Foto: Unicamp Baja SAE
Veículo movido a célula de hidrogênio que venceu o desafio (Foto: Unicamp Baja SAE)

Além do contexto de restrições ocasionadas pela pandemia de Covid-19, o projeto precisou superar problemas como falhas em diversos componentes do carro, roubo de equipamentos cruciais durante um assalto e até vazamento de hidrogênio na célula. Do início ao dia da competição, os estudantes tiveram pelo menos três grandes razões para desistir.

“Todos os componentes cruciais do carro deram problema”, disse o diretor de projetos da Unicamp, Luiz Henrique Gonçalves. Quando os estudantes tentavam entender o funcionamento do veículo, o motor queimou e o conserto dele só poderia ser feito no exterior, no prazo de um ano. Por sorte, umas das empresas parceiras cedeu um motor que estava em utlização.

Tempo depois, outra dificuldade: quatro baterias de chumbo e um computador onde estavam todos os códigos para funcionamento do off-road foram roubados do carro de um aluno, que havia parado em um posto de gasolina. “Quando voltamos para o carro, os vidros estavam estourados. Foi um baque”, conta Luiz Henrique.

A equipe conseguiu retomar o projeto depois de emprestar baterias de uma scooter e recuperar três semanas dos códigos por meio de backups. Ainda assim, muitos tiveram de ser refeitos. Por fim, ao tirar o carro da inércia foi descoberto um vazamento na célula de hidrogênio, problema que invalidaria todo o projeto e trabalho feito até o momento.

O Comitê orientador da competição, no entanto, interveio e conseguiu uma nova célula. “Depois de tudo isso, dá para entender o tamanho do orgulho que sentimos da equipe. Porque, nesses três momentos, parecia que o projeto tinha morrido. A gente poderia ter desistido, mas a equipe, depois dos baques, levantou a cabeça e seguiu em frente”, disse o capitão do grupo, Alessandro Buccioli.

Após desenvolver os módulos separados, a finalização da montagem do veículo foi feita minutos antes da inspeção final. Os estudante contam que nunca haviam testado o carro em sua integralidade, mas mesmo assim conseguiram colocá-lo em movimento, vencer a competição e entrar para história.

“É uma conquista gigantesca para a equipe e ainda tem um valor histórico, por ser o primeiro carro desse gênero a rodar no mundo. A sensação que ficou é de muito orgulho”, completa Alessandro.

A segunda e terceira colocadas foram a equipe do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano do Sul (SP), e a da Universidade Federal do ABC, de Santo André (SP).

Fonte: G1

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